Curitiba 330 anos e o orgulho que os moradores têm do
bairro em que vivem
Se eu falar: Cascatinha, o que você lembra? Talvez a resposta seja um tradicional restaurante, que inclusive é o mais antigo de Curitiba. Existe desde 1949 e é um dos mais frequentados pontos de Santa Felicidade. Mas peraí! Como é que o restaurante Cascatinha é um dos mais frequentados de Santa Felicidade se ele fica no bairro Cascatinha? Você vai entender…
No final do século XIX, imigrantes italianos desembarcaram aqui em Curitiba e a região onde está hoje o Cascatinha fazia parte da Colônia Santa Felicidade. Como se fosse um bairro bem grandão que, com o tempo, foi se dividindo em bairros menores. Quando a familia decidiu abrir um restaurante, colocou o nome de Cascatinha, até porque, ali tinha é claro, uma pequena cascata.
Proprietário do Cascatinha, o empresário Altevir Trevisan conta que nasceu dentro do próprio restaurante há 74 anos.
“Nasci aqui dentro do restaurante, nasci de parteira”, contou
Um morador tão ilustre do bairro sente que tipo de orgulho ao dizer: moro no bairro que leva o nome do meu restaurante.
“A gente nasceu aqui, estudou, fizemos crisma, primeira comunhão, casei dentro da igreja, meus filhos idem. Temos orgulho de pertencer a essa comunidade! Quero sempre agradecer a população curitibana. Existimos e continuamos existindo graças à população de Curitiba que frequenta aqui para almoço e jantar”, disse.
Placa com nome de bairro
Entramos no carro e chegamos rapidinho no bairro Vista Alegre! O nome diz tudo: que vista mais linda de Curitiba. Situado no alto de uma colina, o nome veio por conta de um pioneiro que construiu, aqui na região, sua casa com uma placa na frente escrita: “Vista Alegre”.
Nos anos 50, tudo aqui que era ocupado por chácaras, bem diferente de hoje com o bairro repleto de residências! O mecânico Ivo Foitzk mora no bairro há 74 anos e nasceu pertinho de onde fica a sede da Rádio Banda B, justamente no Vista Alegre.
“Tenho orgulho de morar no Vista Alegre. Amo minha profissão! Meu filho está continuando e meu neto também”, destaca
Ivo tem a própria oficina mecânica e administra o negócio junto com filho e neto, Fabrício Foitzk, de 22 anos, que também adora o bairro.
“É muito gostoso! Eu não saio daqui. Está perto da natureza , do parque, não tem como trocar”, disse
Cruz, pirata e bairros das TVs
De tão pertinho, há quem confunda Vista Alegre com Pilarzinho, mas pra gente te localizar melhor, pense que o Pilarzinho fica no entorno da famosa cruz, na rua Hugo Simas, esquina com Raposo Tavares. Está neste cruzamento desde os tempos dos primeiros colonizadores do Paraná, que usavam a cruz como símbolo de conquista e posse de terra. Um sinal da fé cristã.
Aqui tem fé sim, mas também piratas. Não estou falando do Jack Sparrow ou do Capitão Gancho, mas sim de um pirata que já morou em Curitiba! Mais precisamente no bairro Pilarzinho. Ele era irlandês e seu nome de batismo era Francis Hodder.
Veio para Curitiba como desertor depois de ter matado um oficial da Marinha Inglesa acidentalmente. Dizem (ler arrastado) que lá no século XIX, o pirata apelidado de Zulmiro, escondeu um enorme tesouro num túnel subterrâneo da cidade. Era conhecido como o velho mato, conta o historiador Marcos Ofenbock.
“Na época as pessoas conheciam ele como velho do mato. Na época ninguém desconfiava que ele era o último capitão pirata vivo na história”, reforça
Bom….com pirata, tesouro ou não, o Pilarzinho hoje tem comércio e muitas rádios e TVs. Aqui ficam por exemplo as TVs Band, RIC, CNT…Como a região fica no alto de uma colina, ajuda na instalação de antenas.
Outro motivo de orgulho por aqui é a Universidade Livre do Ambiente. Ohhh lugar lindo. Se vc não conhece, não perca mais tempo. Ter o privilégio de caminhar em meio a tanto verde, a tanta beleza, é para poucos.
Essa conversa deu fome e sabe onde vamos amanhã na série especial dos 330 anos de Curitiba? Santa Felicidade, Butiatuvinha e São João. Espero vocês.