Curitiba 330 anos e o orgulho que os moradores têm do
bairro em que vivem
Quem circula pelo bairro Caximba até já se acostumou em ver caminhão de areia pra lá e tijolo pra cá. Como não se orgulhar de viver ou trabalhar num bairro que faz parte da economia da cidade quando o assunto é construção civil? Pelo menos 36 cerâmicas estão no Caximba, assim como muita areia sai daqui.
Localizado no extremo Sul da capital, o bairro que se escreve com X e não com CH, fica na divisa com os municípios de Araucária e Fazenda Rio Grande e recebe as várzeas do Rio Iguaçu e do Rio Barigui.
O empresário do ramo cerâmico, Amauri Ribeiro, nasceu e cresceu no Caximba e diz o que pra ele, no bairro, é motivo de orgulho.
“Tenho muito orgulho do meu bairro e de viver aqui. Sempre trabalhei, estudei e criei minha família aqui. A maioria trabalha no ramo cerâmico, na produção de tijolos e o que me orgulha é que o bairro serve para atender Curitiba com suas construções, com esses prédios bonitos nos quatro cantos da cidade”, disse o empresário.
A jovem Laura Pedroso, de 17 anos, além de morar no Caximba desde que nasceu, também se formou no ensino médio e trabalha na região.
“Nasci aqui e tenho muito orgulho daqui. O que mais gosto é a inovação do bairro que está crescendo cada vez mais”, contou a jovem.
O Caximba ficou conhecido também por abrigar um aterro sanitário que recebia resíduos de toda Curitiba e região, mas este aterro já foi desativado e a área é hoje palco do maior projeto socioambiental da história recente da cidade. Já estão em obras o chamado Bairro Novo do Caximba, que vai contar com 752 unidades habitacionais.
Campo de Santana
Do ladinho, temos o Campo de Santana, terceiro maior bairro de Curitiba, com pouco mais de 22 km2.
Morador do bairro há 62 anos, o aposentado Sebastião Ferreira da Silva lembra saudoso do tempo que quase ninguem vivia aqui
“Aqui mudou muito. Antes dava para contar as casas que tinham. Hoje a população cresceu. É muito bom morar aqui e tenho muito orgulho. Eu tinha uma cerâmica lá pra baixo, mas vendi para pagar o tratamento da minha esposa”, revelou o aposentado.
É seu Sebastião, sua memória está certa. Foi só no início dos anos 2000 que o bairro mudou de cara com a chegada de novos moradores. E por que o nome: campo de Santana?. Porque lá na segunda metade do séc. XlX, a família Santana era uma das poucas que moravam na região. Tinha uma fazenda enorme e todos falavam: vai lá no Campo do Santana. A auxiliar de produção, Evelyn de Oliveira, gosta do bairro em que vive há quatro anos junto com o filho e o marido.
“É bem gostoso e tranquilo morar aqui. Além de estar com minha família, também trabalho aqui na região”, contou.
E todo prosa está também o morador Luiz da Fonseca, que trabalha com frete e vive no Campo do Santana há 18 anos.
“Não tenho nada pra reclamar do bairro. Tá tudo ótimo. Gosto bastante, todo mundo se conhece e se ajuda”, afirmou Fonseca.
E tem que gostar mesmo Luiz. O bairro agora tem um parque lindo chamado Pinhal de Santana com mata nativa, com pista de caminhada, quadra, além da escultura de uma pinha gigante com pinhões assinada pelo artista Índio Artesão.
Tatuquara
E não podemos deixar de falar de outro vizinho: o Tatuquara. Quem não conhece a Central de Abastecimento de Curitiba (Ceasa)? Muitos alimentos que você tem na sua casa certamente vem de um produtor que vende ali.
O administrador da unidade, Paulo Ricardo da Nova, defende que a instalação da Ceasa no endereço foi fundamental para o desenvolvimento do bairro.
“Quando a Ceasa veio pra cá, aqui era tudo deserto em volta. Muitos trabalhadores foram aos poucos montando casa por aqui. Como é um trabalho de madrugada, você precisa morar perto. Então aos poucos foi nascendo toda uma vida aqui no entorno”, relatou.
São milhares de pessoas que vivem hoje no Tatuquara, que se até a década de 90 era mais uma área rural, hoje tem de tudo… comércio, saúde, escolas…além de um grande terminal de onibus que atende cerca de 120 mil pesssoas de todos os bairros no entorno. Divonsir Ferreira conta ter escolhido o bairro para viver e que não pretende se mudar nunca mais.
“Escolhi aqui pra criar minha família, porque é um bairro maravilhoso. Daqui não saio nunca mais. Cada dia que passa o nosso bairro cresce, com muitos colégios bons, tem mercado, agência bancária, tudo o que precisamos”, disse ele à Banda B.
Como não se orgulhar de viver no Tatuquara, Campo de Santana e Caximba? Na reportagem de amanhã da série especial dos 330 anos de Curitiba, vamos visitar o Sítio Cercado, Umbará e o Ganchinho.