O Paraná Clube vai para um dos jogos mais importantes da sua história recente. Neste domingo (25), às 15h, diante do Patriotas, na Vila Capanema, o Tricolor precisa de uma combinação de resultados para se classificar para a semifinal da segunda divisão do Campeonato Paranaense. Longe de ser uma situação agradável para um clube seis vezes campeão estadual e duas vezes vencedor da Série B, talvez a partida deste final de semana se torne tão importante historicamente quanto estas conquistas.
A óbvia necessidade do Paraná Clube voltar para a primeira divisão do Paranaense ganha tons mais dramáticos a cada vez que se olha a situação do clube. A geração de receitas paranista em 2022 foi de R$ 6 milhões, como foi apontado no balanço. Mas no ano passado o Tricolor estava na Copa do Brasil, na elite estadual e na Série D do Campeonato Brasileiro – três competições com direitos de transmissão e, no caso das competições nacionais, com apoio logístico e premiação da CBF.
Neste ano, com apenas um torneio a disputar, com cinco jogos de punição de portões fechados e sem participações nacionais, o Paraná Clube perdeu ainda mais recursos. Para se ter uma ideia, de janeiro a abril a receita líquida do Tricolor foi de R$ 1,26 milhão, segundo dados apresentados à Justiça. Isso projetaria, numa conta simples, um 2023 com quase R$ 3,8 milhões de receitas, a menor do clube na história. Por isso, qualquer plano de reconstrução do Paraná passa pela volta à primeira divisão.
Recuperação judicial e SAF
Os planos de recuperação judicial (RJ) e da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) também passam pelo acesso – que, é bom lembrar, só é conquistado ao passar para a final da segunda divisão do Paranaense. O Paraná Clube conseguiu no dia 12 a aprovação da nova RJ, reduzindo suas dívidas em cerca de 40% e conseguindo prazo para pagá-las. A avaliação de auditores independentes era que sem a recuperação o Tricolor não teria mais viabilidade.
E para evitar uma falência, o Paraná Clube tem que pagar as dívidas – e para isso o futebol precisa estar em um patamar bem melhor do que atualmente. Da mesma forma, a atração para uma possível SAF passa por competições mais relevantes. “Não queremos uma empresa que só tenha interesse no nosso patrimônio”, resumiu o vereador Rodrigo Reis (União Brasil), integrante de um grupo de políticos, advogados e empresários que dá suporte à diretoria.
Competições nacionais
O acesso também representa uma chance do Paraná Clube voltar às competições nacionais. Serão pelo menos dois anos sem jogar nem Copa do Brasil nem uma divisão de acesso do Brasileirão, por conta da presença do Tricolor na ‘segundona’ do Paranaense. A ausência representa queda de receita e dificuldade para conseguir parceiros e patrocínios – uma espécie de roda-viva que impacta o clube de forma terrível.
Daí um jogo de segunda divisão estadual ganhar a importância de uma grande decisão para o Paraná Clube. Em 90 minutos (ou pouco mais), o Tricolor defende a manutenção de uma possibilidade de ‘refundação’, criando um ambiente mais favorável para deixar a situação financeira calamitosa que vive e buscar novos caminhos para o futuro. Mas, como nada é perfeito, a partida do domingo depende de outros resultados – e é na verdade uma travessia para a verdadeira decisão na semifinal.
Paraná Clube em campo
Paraná Clube x Patriotas terá cobertura completa da Banda B a partir das 14h do domingo. Quando a bola rolar, a narração será de Marcelo Ortiz, com comentários de Irapitan Costa e reportagens de Lucca Marreiros. Acompanhe a transmissão em AM 550, FM 79.3, pelo nosso aplicativo, no www.bandab.com.br, nas redes sociais e no YouTube.