Num dos encontros mais importantes de sua história, o Paraná Clube conseguiu fechar um novo plano de recuperação judicial (RJ) e pagamento escalonado de suas dívidas. A assembleia com os credores do Tricolor, realizada na tarde desta segunda-feira (12), aprovou os termos do acordo, que foram revisadas após a negativa na reunião anterior. Com a redução dos débitos, o clube acredita que irá conseguir honrar seus compromissos.

A modificação do plano de recuperação judicial é um passo decisivo para uma possível ‘reconstrução’ do Paraná Clube. Com dívidas de quase R$ 120 milhões e uma receita em 2022 de apenas R$ 6 milhões, o Tricolor está praticamente inviabilizado como entidade. Praticamente todo o patrimônio paranista está imobilizado por ações na Justiça, e o balanço do ano passado está com ausências de dados importantes. E foi definido pela auditoria independente como de “incerteza relevante de continuidade operacional”.

Apresentado pelo Paraná Clube em junho de 2022, a RJ consistia na redução drástica dos débitos para quem fosse possível a quitação deles. Mas os 428 credores recusaram o plano em abril, marcando nova reunião, a que foi realizada nesta segunda, para tentar fechar um acordo. No novo termo apresentado pelo Tricolor, a primeira redução será nos passivos trabalhistas. O clube propôs pagar no máximo R$ 198 mil, ou uma redução de 40% no valor total, parcelados em 12 vezes.

Viabilidade do Paraná Clube

Para os chamados “credores quirografários” – quem tem cheques, notas promissórias e duplicatas do Paraná Clube -, a redução acordada foi de 50% do valor total, com pagamento em dez parcelas anuais e a mesma carência de 18 meses. Acordo igual para microempresas e empresas de pequeno porte. Este plano também vale para empresários de atletas e para saldos de créditos trabalhistas, com a diferença de que a redução dos valores é de 40%. Para todas essas pendências, a sede da Kennedy foi colocada como garantia. “Uma venda da sede praticamente quitaria todos os débitos”, disse Maurício Obladen, administrador da RJ paranista.

Além da RJ, o Paraná Clube promete, nos termos apresentados à Justiça e aos credores, uma profunda reformulação estrutural. Que passa pela constituição de uma SAF – e, claro, de uma venda. “A SAF deverá refletir positivamente as receitas”, diz o texto apresentado à Justiça. Mas não estão descartadas “cisão, incorporação, fusão ou transformação de sociedade”, como informa a apresentação. O clube busca “investidores que acreditam no potencial” do Tricolor, talvez a única forma de evitar o pior.

Paraná Clube.
O Paraná Clube colocou a sede da Kennedy como garantia de pagamento das dívidas. Foto: Divulgação/PR