O operador de máquinas Helielton dos Santos, 32, foi preso pela Polícia Civil na manhã desta quarta-feira (20), em Curitiba, sob a suspeita de participar de ataques antidemocráticos e de vandalismo em Brasília no dia 12 de dezembro de 2022. O homem era considerado foragido da Justiça desde que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes decretou a prisão preventiva dele.

De acordo com a decisão do ministro, Helielton dos Santos é suspeito de participar de atos antidemocráticos “com objetivo de impedir a posse [do presidente Lula] e o regular exercício dos poderes constitucionais”. Ele teria sido visto nos arredores da sede da Polícia Federal portando e arremessando algo que se assemelha a uma barra de ferro. O mandado de prisão foi expedido pelo Supremo em julho.

Foragido por participar de ato antidemocrático em Brasília é preso em Curitiba após decisão do STF
Helielton dos Santos se apresentou na delegacia acompanhado de uma advogada – Foto: Antônio Nascimento/Banda B

Na ocasião, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro vandalizaram carros e ônibus e tentaram invadir o prédio da PF durante participação de manifestações antidemocráticas no quartel-general do Exército. Os atos de vandalismo aconteceram em razão da prisão do indígena José Acácio Serere Xavante, 42, também por envolvimento em protestos golpistas.

“O investigado esteve presente em manifestação anterior ocorrida na Esplanada dos Ministérios, segurando um rádio de comunicação e um instrumento do tipo ‘soco inglês'”, diz trecho do mandado de prisão do suspeito.

Foragido por participar de ato antidemocrático em Brasília é preso em Curitiba após decisão do STF
Vândalos atearam fogo em carros e ônibus em Brasília – Foto: Matheus Veloso/Metrópoles

À Banda B, Helielton disse que esteve em Brasília no dia 12 de dezembro do ano passado, confessou ter participado de manifestações, mas negou que tenha vandalizado a capital federal. “Estive em Brasília no dia 12 de dezembro e estávamos em movimento pacífico em frente aos quartéis, mas não participamos da depredação. Acredito que tenham pego uma foto minha e juntado ao bolo. Eu estou trabalhando em Curitiba e vim para cá em busca de condições melhores. Trabalho com carteira assinado e quem não deve, não teme”, disse o operador de máquinas, que é natural do Pará.

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O investigador Luiz Schmidt, do 11º DP, afirmou que a Polícia Civil chegou ao paradeiro do foragido por meio de uma denúncia anônima.

Advogada do suspeito, Daniely Mulinari disse à Banda B que as penas dele chegam a 27 anos de prisão. “Os artigos pelos quais ele foi indiciado, que constam no mandando de prisão, são referentes às manifestações do dia 8 de janeiro. O STF misturou as manifestações, fez um inquérito só e jogaram lá. Meu cliente não estava no dia 8, apenas no dia 12 de dezembro. Na manifestação do ano passado, se fosse verdade que ele tivesse atuado com violência, seria apenas vandalismo”, disse Daniely.

A defesa do suspeito afirmou que irá recorrer da decisão e pedir a revogação da prisão preventiva.