Com o término da temporada 2024, chega ao fim também a passagem de Wesley Carvalho como técnico do time principal do Athletico. Alçado ao cargo em junho, após a demissão de Paulo Turra, o treinador nunca foi efetivado na função, considerado sempre um interino. Porém, o o período durou mais de cinco meses e 33 jogos.
Os números, em si, não foram tão bons. Foram 11 vitórias, 13 empates e nove derrotas, um aproveitamento de 46,4% dos pontos disputados. Terminou o Brasileirão na oitava colocação, uma abaixo de quando assumiu, e caiu nas oitavas de final da Libertadores e nas quartas de final da Copa do Brasil. Foram 44 gols marcados, mas 37 sofridos.
E justamente esse desempenho irregular fez com que ele sofresse muita pressão, especialmente da torcida. Em diversas oportunidades, principalmente na Ligga Arena, viu o grito de estagiário ecoar das arquibancadas. Uma pressão muito diferente da que ele já tinha vivenciado na sua carreira, voltada especialmente às categorias de base, onde também trabalhou no Vitória e no Palmeiras.
“Aprendi com muitos atletas. Eu já tinha uma vivência no futebol, mas é completamente diferente sofrer com uma pressão externa da torcida, de não poder sair de casa. Cobranças, algumas, exageradas, mas outras coerentes. Todos os treinadores são muito pressionados por resultados, mas o futebol é uma extensão da sociedade, que quer tudo para ontem”, afirmou Wesley Carvalho.
Problemas de elenco e reconstrução
Por outro lado, o treinador soube se reinventar. Ao longo do Brasileirão, sofreu com o elenco enxuto, que perdeu várias peças, por lesão, como o zagueiro Pedro Henrique, o lateral-direito Madson, o lateral-esquerdo Fernando, o meia Vidal, e os atacantes Pablo e Vitor Roque, ou por terem sido negociados, como o lateral-direito Khellven e o zagueiro Zé Ivaldo.
Diante de tantos problemas simultâneos, o Athletico caiu de rendimento e coube ao técnico mudar a formação da equipe, atuando em um 3-4-3. Inicialmente, as alterações deram certo. O Furacão voltou a ter bons resultados e alguns jogadores passaram a se destacar mais, como Cuello e Canobbio.
Só que a irregularidade, principalmente diante de tantos empates, custaram ao Rubro-Negro a tão sonhada vaga na Libertadores de 2024, ano do centenário. Consequentemente, Wesley Carvalho passou a ser ainda mais cobrado.
“Tivemos dez empates no segundo turno. Com mais oito pontos estaríamos brigando lá em cima. Não perdemos tanto, mas deixamos de ganhar vários jogos, o que nos gerou uma posição não tão boa. Foram muitas dificuldades, fez com que eu evoluísse como treinador“, avaliou.
Futuro no Athletico
Aos 49 anos, o comandante deve seguir no Athletico na próxima temporada, mas retornando à sua função anterior: cuidar do sub-20. Em diversas coletivas o treinador ressaltou seus trabalhos anteriores com jovens que foram lapidados, aprimorados e tiveram carreira de sucesso no futebol brasileiro e europeu.
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