O réu Geovane Soares Machado, denunciado por tentativa de homicídio qualificado contra Camila Marodin e Paulo Sérgio Veiga de Almeida vítima, em janeiro de 2022, em Curitiba, começou a ser julgado na manhã desta quarta-feira (26), na 1ª Vara Plenário do Tribunal do Júri, na capital.  

Geovane Machado, Camila Marodin e Sérgio Almeida.
Foto: Reprodução/Youtube/TJPR.

Camila ficou conhecida como ‘Trafigata’ após ser apontada como uma das líderes da organização criminosa chefiada pelo esposo Ricardo Marodin, que foi executado na festa de aniversário dos filhos, em novembro de 2021.

Um vídeo registrado por câmeras de monitoramento flagrou o momento em que as vítimas sofreram um atentado a tiros. Ambos chegavam de carro, de um supermercado, para a cada de uma prima de Camila.

Na presença de Geovane, Paulo Sérgio foi o primeiro a ser ouvido. Camila prestou depoimento em seguida. Ambos disseram que não conhecem o acusado de tentativa de homicídio e nem qual teria sido a motivação.

“No primeiro disparo que ouvi o barulho, eu já me escondi dentro do carro. Eu não consegui ver quem foi. Eu fiquei com medo e, na hora, eu corri e fiquei de joelho no banco de trás. Eu só me ergui quando parou os disparos. Eu vi que não tinha ninguém e saí correndo, mesmo, para dentro de casa. Nem olhei para trás”,

afirmou.

Envolvimento com tráfico

Camila está em prisão domiciliar, por causa dos três filhos menores de idade. Ela chegou a ser presa preventivamente, no dia 12 de novembro de 2021, na praça do pedágio entre Curitiba e o Litoral do Paraná, durante a Operação Ostentação, deflagrada pelo Sub-Comando Geral da Polícia Militar. Ela é apontada como uma das comandantes de uma organização criminosa por crime de tráfico de drogas.

No depoimento desta quarta, Camila foi questionada pelo promotor de Justiça se o marido era traficante. Ela disse não saber:

'Trafigata' diz não saber se marido era traficante em julgamento de tentativa de homicídio; ao vivo
Camila Marodin.
Foto: Reprodução Redes Sociais.

“Eu não sei te dizer. Eu fiquei sabendo de muitas coisas depois que ele morreu, mas eu não sei o que é verdade, o que não é. E, assim, senhor promotor, eu não tenho mais interesse em saber o que ele fazia ou não”.

Ela também negou que tenha assumido o comando do tráfico de drogas no lugar do marido morto. “Meu marido demorou três dias para ser velado. Meu marido morreu no domingo, eu terminei de enterrar ele na quarta-feira. Eu fui presa na sexta-feira de manhã. Como que eu assumi o tráfico em quatro dias? Eu sai, mas eu não estava traficando. Eu sai, não deu nem 30 dias, aconteceu tudo isso e eu voltei presa”, disse.

Questionada sobre a vida de luxo, que Camila ostentava nas redes sociais, ela disse que era tudo financiado:

“Financiado, né promotor? Tinha carro que não era nosso. O nosso carro era um Audi, financiado. Foram pagas seis parcelas, o resto deve tudo pro banco. Meu nome está até sujo.”

Acompanhe o julgamento ao vivo abaixo:

Os investigadores de polícia Adailton Joaquim Cândido, da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e Paulo Sergio Moraes Klupel, da Delegacia de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), também prestaram depoimento.

Até 10h30 desta quarta não estava confirmado se haveria o interrogatório do réu, Geovane.