Um vídeo registrado por câmeras de monitoramento flagrou o momento em que Camila Moradin, conhecida como “trafigata”, e um amigo sofreram um atentado a tiros nesta segunda-feira (31), no bairro Alto Boqueirão, em Curitiba.
Nas imagens obtidas pela Banda B, é possível ver o veículo ocupado pela “trafigata” e o amigo dela parando em frente a uma casa às 18h23. Em seguida, a mulher, que estava no banco do passageiro, e o motorista descem do carro (assista abaixo).
Camila, fecha a porta dianteira do veículo Jetta e abre a traseira. O homem dá uma volta no carro e conversa com “trafigata“. Segundo depois, ambos são surpreendidos pelo atirador, que dispara mais de 20 tiros.
A mulher se esconde dentro do carro, enquanto o amigo dela segue em direção à frente do automóvel para se proteger dos disparos.
O homem, em seguida, consegue abrir o portão da casa e corre. Camila segue os passos do amigo e também corre para dentro da residência, deixando o portão entreaberto.
Em outro ângulo, é possível ver o momento em que o amigo da mulher corre, mancando, em direção aos fundos da casa. Segundos depois, “trafigata” também vai na mesma direção.
Homem abandona carro e é socorrido
O homem que aparece nas imagens sendo alvo dos tiros ao lado de Camila Moradin foi socorrido por populares após abandonar o veículo no bairro Sítio Cercado, em Curitiba, a cerca de 3 km onde ocorreu o atentado.
A Polícia Militar chegou até o carro após moradores do bairro prestarem socorro ao homem, de 25 anos, e denunciarem o caso. A vítima teria sido levada a uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) e transferida ao Hospital do Trabalhador pouco tempo depois.
Um Boletim de Ocorrência registrado nesta segunda-feira (31), obtido pela Banda B, descreve que uma moradora do bairro Alto Boqueirão viu o momento em que um carro de cor clara estacionou próximo à casa da “trafigata” e atirou cerca de 20 vezes contra as vítimas.
O homem ferido pelos tiros, segundo apurou a reportagem da Banda B, deixou a cadeia há pouco mais de um mês, depois de ter sido preso durante a execução da Operação Ostentação, em novembro do ano passado. Camila também foi detida na mesma ação da Polícia Militar.
A mulher não foi atingida por nenhum disparo.
Investigação do atentado contra “trafigata” e amigo
Camila Moradin prestou depoimento na Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), nesta terça-feira (1º), onde o atentado é investigado.
O delegado Tito Barichello, responsável pelas investigações, classificou o caso, em entrevista à Banda B, como “complexo”. Segundo ele, há a suspeita de que o atentado contra as vítimas tenha sido cometido por duas pessoas.
“Temos um veículo, possivelmente com duas pessoas, que para em frente à casa da vítima, desce um dos executores e dispara diversos tiros com pistola semiautomática. Trata-se claramente de uma emboscada organizada por criminosos”, afirmou.
De acordo com o delegado, Camila Moradin deu declarações à polícia, mas o conteúdo do depoimento não será divulgado e seguirá em sigilo para não atrapalhar o andamento das apurações.
A DHPP, afirma Barrichello, já atua com algumas linhas de investigações, inclusive uma envolvendo a morte do marido dela, em 7 de novembro do ano passado.
As câmeras de segurança que flagraram parte da ação dos criminosos nesta segunda (31) deve ajudar na elucidação do caso.
O amigo de Camila, ferido com vários tiros, segue internado no Hospital do Trabalhador.
“Trafigata” deixa prisão após Operação Ostentação
Apontada como líder de uma organização criminosa investigada por tráfico de drogas, “trafigata” foi presa no dia 11 de novembro, poucos dias depois de o marido, Ricardo Moradin, ser morto em uma festa infantil, em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.
A prisão de Camila ocorreu na praça de pedágio, entre Matinhos, no Litoral do Paraná, e Curitiba, durante a execução da Operação Ostentação, deflagrada pelo Sub-Comando Geral da Polícia Militar com apoio de unidades especializadas da Polícia Militar do Paraná.
Em 23 de dezembro, após pouco mais de um mês na Penitenciária Feminina de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, Camila deixou a prisão. Ela ganhou o direito à liberdade com a concessão de habeas corpus pela 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná.
No pedido de liberdade acolhido pela juíza Ângela Regina Ramina de Lucca, a defesa da “trafigata” alegou que Camila “é viúva e mãe de três crianças menores de 12 anos, mais precisamente de 7, 4 e 1 ano, de modo que é mister a substituição da prisão preventiva pela prisão domiciliar”, conforme consta na decisão.