Após informar sobre a prisão de um rapaz de 22 anos, suspeito de participar da morte de Franciele Gusso Rigoni, de 36 anos, a polícia divulgou imagens de uma câmera de segurança que mostram ele comprando luvas e uma touca. O vídeo é de uma loja e foi um dos pontos necessários que a polícia precisou analisar para entender a dinâmica do crime. 

Foto: Reprodução/Polícia Civil.

O crime aconteceu no dia 31 de maio deste ano, em Colombo, Região Metropolitana de Curitiba (RMC). O marido de Franciele, Adair José Lago, de 40 anos, já está preso. Para a polícia, ambos tiveram atuação direta no assassinato.

Dinâmica do crime

Quando o corpo de Franciele foi encontrado, o marido disse à polícia que ela tinha o deixado para fazer um orçamento numa loja. É aí que a história começa a se desfazer, pois, para a polícia, tudo estava armado. Para a polícia, Franciele já estava morta quando Adair foi deixado na loja para fazer o orçamento.

“A hora que deixou o marido na loja de material de construção, alguém levou o carro com o tapete, depois dispensou o tapete, tacou fogo, e depois deixou o carro com a vítima dentro. Então é evidente que haveria a participação de mais uma pessoa, pois o marido ficou na loja fazendo o orçamento”. 

descreveu o delegado Herculano de Abreu

Ao rastrear o GPS, os investigadores descobriram praticamente todo o percurso que os suspeitos fizeram. Foi aí que as imagens das câmeras de segurança, do rapaz comprando as luvas, surgiram.

“Fizemos uma pesquisa no GPS anterior ao crime, para ver o que ele tinha feito naquele dia, e nessa pesquisa evidenciou-se também que ele foi até Campina Grande do Sul, parou num local e logo depois ele para em outra loja e sai uma pessoa do banco do passageiro. Essa pessoa desce, compra um par de luvas e uma touca, paga com o cartão, e volta, entra no carro e voltam direto para o condomínio”. 

explicou o delegado Herculano de Abreu

Veja o vídeo da câmera de segurança da loja:

Crime planejado

O delegado disse que a polícia chegou até o suspeito depois de saber que Adair tentou mandar um PIX para o suspeito, de um valor elevado, e por isso o PIX não foi concluído. Ele avisou o suspeito que não tinha conseguido fazer a transferência e a partir daí a polícia chegou até ele.

“Foi feito um reconhecimento técnico da imagem do suspeito com a pessoa que entrou na loja para fazer a compra, então temos 100% de certeza que essa pessoa que estava dentro do carro. Com todas essas evidências que foi solicitada a prisão temporária desse segundo elemento”. 

detalhou o delegado Herculano de Abreu
Adair foi preso suspeito de matar a própria esposa, Franciele. Foto: Reprodução/Redes Sociais.

Para a polícia, o suspeito e o marido de Franciele estavam com tudo planejado. O delegado destaca que, a evidência, a princípio, é de que os dois participaram do homicídio. 

“De um jeito bem cruel mataram a vítima com o troféu de bola de golfe, tentaram limpar toda a cena, lavaram o chão, o sofá, onde tinha sangue eles tentaram destruir essas provas. Mas deixaram rastro suficiente para poder desvendar esse crime”. 

descreveu o delegado Herculano de Abreu

Para o delegado, o planejamento da morte de Franciele possa vir até de outro momento, de quando ela foi sequestrada. 

“Talvez tinham planejado matar a vítima na época que ela foi sequestrada, alguma coisa não deu certo”.

comentou o delegado Herculano de Abreu
Foto: Reprodução/Polícia Civil.

Motivação investigada

O motivo do assassinato, para a polícia, está ligado a dinheiro. Apesar disso, a polícia ainda não consegue afirmar ao certo o que aconteceu, pois o delegado aguarda alguns relatórios.

“O autor estava devendo uma quantia para a própria família e ele fez seguro alto tanto dele, da esposa e do cunhado dele. Estamos aguardando as cautelares para verificar o valor do seguro e quem era o beneficiário deste seguro. A morte pode estar relacionada com dinheiro e o recebimento do seguro”.

disse o delegado Herculano de Abreu