A confusão está formada. Novamente, um problema de interepretação no regulamento do Campeonato Paranaense dá margem para reclamações. Dessa vez, é o Operário de Ponta Grossa quem pressiona a Federação Paranaense de Futebol.
Dirigentes do clube, junto do advogado Domingos Moro, prometem fazer vígilia na FPF na tarde de hoje. Isso porque o Fantasma exige um documento que exima o clube de qualquer risco de punição caso opte por substituir o jogador Davi Ceará por outro atleta antes de a bola rolar para o 59 minutos finais do jogo contra o Cacavel, adiado de quarta-feira passada para amanhã, por causa das fortes chuvas que caíram na cidade de Ponta Grossa.
A situação é complicada de entender. Tudo começou nos primeiros 31 minutos do jogo entre Operário e Cascavel semana passada. Na ocasião, Ceará recebeu cartão amarelo por uma falta. Era o terceiro do jogador, o que o deixaria suspenso para a próxima partida da equipe. O problema é que o artigo 15.º do regulamento da FPF impede que um jogador que tenha recebido o terceiro cartão volte a campo quando um jogo interrompido for reiniciado, ou seja, Ceará não poderia entrar em campo amanhã, quando a partida for recomeçada.
O Operário contesta essa determinação. “Meu Deus, nós não tivemos nenhum jogador expulso. Quando a partida foi interrompida, tínhamos 11 jogadores em campo. Por que teríamos de voltar com apenas dez quando a bola voltar a rolar? Isso não tem o menor cabimento”, disse Dorli Michaels, dirigente do Operário.
O advogado do clube, Domingos Moro, pediu auxílio à Federação, ainda na sexta-feira, de como proceder nesse caso. A ideia do Operário é substituir Ceará por outro atleta, utilizando assim uma das 3 substituições que o time tem direito, e recomeçando o jogo com 11 atletas, sem que Ceará tenha que entrar em campo. “A Federação nos respondeu dizendo que ele teria de cumprir a automática contra o Iraty, como de fato cumpriu. Mas ignorou nosso outro questionamento, que era o mais importante. Por isso iremos dar plantão amanhã (hoje) para ter a garantia que precisamos”, disse Michaels.
Muita confusão para pouco esclarecimento. O advogado da FPF, Juliano Tetto, não quis se manifestar sobre o caso. Um parecer da Federação afirmava que Ceará não poderia jogar contra o Iraty, no último domingo, mas não resolvia a questão do jogador na partida de amanhã.
Segundo Ramon de Medeiros, procurador-geral do TJD-PR a questão é mais complexa do que se imagina. “Vou ter de analisar a situação ainda para me pronunciar com mais propriedade. O bom-senso diria que ele pode voltar a jogar, mas o regulamento diz que não. Vamos ver ainda e amanhã o TJD vai se pronunciar”, explicou.
Os 59 minutos finais de jogo entre Operário e Cascavel está marcado para amanhã, às 19h30, no estádio Germano Kruger, em Ponta Grossa. Até lá, muita coisa ainda pode acontecer no caso do jogador Ceará.