Segunda-feira encerrou-se o prazo para o início das obras nos estádios que sediarão a Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Poucas obras de fato estão em andamento, e esse atraso irritou a FIFA. Em função disso, a CBF decidiu vistoriar todos os estádios a partir de amanhã. O Departamento de Estádio do Comitê Organizador da Copa desembarca em Curitiba na sexta-feira, dia 7, para analisar a Arena da Baixada e o cronograma de obras do estádio.

“Ainda não fomos comunicados oficialmente dessa visita. O que eles verão é o que já viram”, disse o vice-presidente rubro-negro, Enio Fornea, durante entrevista realizada ontem na Arena. De acordo com o dirigente, o Atlético está dentro do cronograma imposto pela Fifa. “As obras de ampliação começaram ano passado. Toda a estrutura que está abaixo das cadeiras do setor Brasílio Itiberê já é para a Copa, ou não seria necessária”, explicou. Para Fornea, o atraso nas obras em outras sub-sedes é um claro indício de que o governo federal vai ter que investir dinheiro nas obras, do contrário, a Copa no Brasil estará seriamente ameaçada.

O grande impasse da Arena da Baixada está justamente na questão do dinheiro para bancar as obras. O Atlético já afirmou que não vai se endividar para pagar sozinho a reforma. O clube estaria disposto a arcar com 30% dos R$ 138 milhões necessários para a conclusão do estádio. Do outro lado, prefeitura de Curitiba e governo do estado do Paraná também não querem investir dinheiro público na Arena.

“A matriz de responsabilidade assinada diz que a obrigação com o estádio é do governo, prefeitura e clube. Nosso discurso é o mesmo desde maio do ano passado quando Curitiba foi escolhida como sub-sede. O problema é que há muita conversa e nada efetivo é colocado em prática. Já demorou demais”, disse Fornea.

O governador do estado, Orlando Pessuti, vai marcar uma reunião ainda esta semana com o Comitê Organizador da Copa no Paraná, para tentar viabilizar parcerias que pudessem bancar o término da Arena da Baixada. A ideia é que o Atlético pague um terço das obras (através de financiamento no Banco de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES), e empresas estatais investiriam no restante, já que empresas privadas ainda não demonstraram interesse no negócio.

Como o estádio atleticano já está com 70% das obras concluídas, o cronograma não está muito atrasado, como em algumas cidades que sequer decidiram qual empresa construirá os estádios. Porém, ainda não há previsão de quando iniciará a construção do segundo anel do setor Brasílio Itiberê, além da reforma no gramado e na cobertura da Arena.