“Quem matou Larissa?”. Essa é a pergunta que a família de uma jovem assassinada aos 20 anos, em Campo Magro, na região metropolitana de Curitiba, faz diariamente há pelo menos três anos. Larissa Ferreira da Costa morreu no dia 12 de setembro de 2021, após ser encontrada esfaqueada e queimada..
“Hoje faz três anos que minha irmã morreu e não temos resposta nenhuma por parte da Polícia Civil e do Ministério Público. É como se fosse ontem que aconteceu tudo isso. Desde que ela foi morta, muitos delegados passaram pelas investigações”, afirmou o irmão da jovem, Alex Ferreira da Costa, à Banda B nesta sexta-feira (13).
A jovem saiu de casa no dia 11 daquele mês para ir a uma entrevista de emprego em Curitiba e desapareceu. À época, como mostrou a Banda B, ela vivia com a família em Almirante Tamandaré, também na região metropolitana.
“Ela primeiro disse que tinha dado tudo certo na loja, que poderia conseguir uma vaga de vendedora, mas que queria espairecer. À noite, porém, ela disse que estaria saindo com um menino e que retornaria no domingo”, explicou o irmão de Larissa, em 2021.
O menino citado por Larissa, contudo, não era conhecido pela família. O caso passou a ser investigado pela Polícia Civil, e a jovem foi encontrada com um ferimento de facada no pescoço, além de queimaduras, um dia após o desaparecimento ser denunciado.
Segundo Alex, a irmã foi encontrada por uma mulher, durante a madrugada do dia 11 de setembro de 2021, pedindo por socorro. Ela usava apenas uma blusa, estava com os pés descalços, tinha uma marca de facada no pescoço e apresentava várias queimaduras pelo corpo.
“A menina que achou ela entrou em contato comigo e disse que realmente é ela sim. Contou que viu ela correndo no meio da rua, lá em Campo Magro, com uma facada no pescoço e o corpo todo queimado, pedindo ajuda. E diz que ela falava: ‘Não grite que eles vão vir, não grite que eles vão vir’”, relatou Alex três dias após a irmã ser localizada.
Larissa foi socorrida ao Hospital Evangélico Mackenzie, em Curitiba, mas morreu horas após dar entrada na unidade. Inicialmente, a família não conseguiu reconhecer o corpo de Larissa devido à gravidade dos ferimentos causados nela.
“Nós fomos reconhecer o corpo, mas não identificamos como sendo da nossa irmã, porque estava queimado e muito inchado. Só que ela estava com uma blusa. Eu não reconheci, mas minha mãe sim. Eu puxei uns vídeos dela saindo de casa e ela estava com a mesma roupa”, contou o irmão.
A identidade da jovem foi confirmada por meio da análise de impressões digitais, no Instituto Médico Legal (IML).
Em um apelo, Alex e o pai pediram que denúncias sobre quem pode ser o responsável pelo crime sejam feitas à Polícia Civil.
“Meu apelo é que alguém que saiba de alguma coisa denuncie para a polícia. Eu sei que alguém sabe. A pessoa que repassar informações para a polícia vai diminuir um pouco a nossa dor. Minha irmã não vai voltar, mas queremos diminuir essa angústia. Quem fez isso com ela está solto”, pediu o jovem. “Eu espero que a polícia resolva esse caso e encontre quem fez isso com ela”, disse o pai de Larissa, Luiz Carlos.
Um dos delegados que passou pelo caso, Cassiano Aufiero chegou a afirmar à Banda B que ainda faltavam informações sobre o crime. “A vítima não tinha nenhum confidente, poucos amigos e quase nenhuma participação em redes sociais, o que deixa ainda mais difícil a investigação por parte da polícia”, explicou.
O que dizem a Polícia Civil e o Ministério Público
Procurada pela Banda B, a Polícia Civil informou que segue investigando o caso para chegar ao autor do crime e entender a motivação. “A PCPR segue investigando e realizando diligências a fim da solucionar o caso. Todos os recursos técnicos disponíveis estão sendo empregados para esclarecer a autoria e as circunstâncias do crime. Todas as denúncias que chegam à delegacia da PCPR estão sendo apuradas. A população pode contribuir com informações por meio dos telefones 197, da PCPR ou 181, do Disque-Denúncia”, disse, em nota.
O Ministério Público do Paraná, contudo, afirmou que o processo tramita sob sigilo e que “não há como passar mais informações”.