Uma rede de exploração sexual infantil de âmbito nacional é alvo de uma operação policial em 19 estados brasileiros e no Distrito Federal na manhã desta sexta-feira (10). A operação Pharos 2, deflagrada com o apoio técnico do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), acontece após a perícia em um celular apreendido em Palmas, no sudoeste do Estado.
De acordo com a Polícia Civil do Paraná, a investigação foi instaurada após a apreensão de um celular que continha fotos e vídeos de abuso sexual de crianças e adolescentes, comercializados em aplicativo de mensagens.

A partir da análise do material, feita em parceria com o Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab) da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp/MJSP), foram identificados alvos em diferentes estados do país. Os agentes cumprem 44 mandados de busca e apreensão.
O delegado da PCPR Kelvin Bressan, responsável pelas investigações, ressaltou a importância da apuração conduzida no Paraná: “A partir de um único dispositivo periciado pela Polícia Científica do Paraná, foi possível rastrear uma rede de usuários que trocavam material ilegal em diferentes regiões do país. O trabalho técnico e a integração com o Ciberlab foram fundamentais para transformar uma investigação local em uma operação nacional de grande alcance.”
As diligências têm como objetivo interromper atividades criminosas, apreender dispositivos eletrônicos com provas digitais e subsidiar novas investigações.
O diretor da Diopi/Senasp/MJSP, Rodney Silva, destacou a importância da articulação entre as forças policiais. “A atuação coordenada das Polícias Civis estaduais, com apoio do Ciberlab e da HSI, demonstra a capacidade de articulação técnica e internacional do Brasil no enfrentamento aos crimes sexuais contra crianças na internet. A Operação Pharos reforça a importância da inteligência integrada e da cooperação entre estados e países para proteger os mais vulneráveis.”
Crimes
Os crimes investigados estão previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O artigo 241 pune quem fotografa, filma ou registra cenas de sexo explícito ou pornográfico envolvendo crianças ou adolescentes.
O 241-A trata de quem oferece, troca ou compartilha esse tipo de material pela internet, enquanto o 241-B prevê punição para quem adquire, possui ou armazena as imagens. As penas variam de um a seis anos de reclusão, podendo aumentar conforme a gravidade e o envolvimento do autor.
Primeira fase
A Polícia Civil do Paraná deflagrou a primeira fase da operação em fevereiro deste ano. A ação resultou na prisão de 10 pessoas com o cumprimento de mandados judiciais em 20 estados.
Um desdobramento da primeira edição aconteceu nesta quinta-feira (9), em Curitiba. A partir da perícia de materiais extraídos de um celular apreendido em fevereiro, a PCPR identificou, rastreou e prendeu um homem, de 36 anos, pela produção de pornografia infantojuvenil e por estupro de vulnerável.