Os médicos residentes especializados em oftalmologia do Hospital de Clinicas (HC), que pertence à Universidade Federal do Paraná (UFPR), prometem paralisar os atendimentos ambulatoriais eletivos por tempo indeterminado a partir da próxima quinta-feira (24). Segundo carta assinada pelos residentes, a paralisação decorre da inexistência de previsão de retorno das atividades cirúrgicas da Unidade de Oftalmologia no Centro Cirúrgico Ambulatorial.

“Em dezembro de 2012, após indicativo de greve, a direção do HC aceitou a negociação para reabertura do Centro Cirúrgico Ambulatorial da Oftalmologia e o início da paralisação foi imediatamente suspenso. Naquela ocasião, foi prometido na data limite de 15 de janeiro de 2013, um plano de ação para retorno das atividades do Centro Cirúrgico Ambulatorial com duas salas em funcionamento em período integral”, diz a carta.

Segundo os residentes, esta situação não é exclusiva da especialidade da Oftalmologia, mas reflete uma realidade da maioria das especialidades cirúrgicas do Hospital de Clínicas. “Como médicos em treinamento no serviço de Oftalmologia do HC, não podemos deixar que esta seja a realidade no maior hospital público do Estado do Paraná. Em respeito a todos aqueles que já dedicaram suas carreiras neste Hospital, nós, médicos residentes e especializandos da Oftalmologia, não podemos ficar de braços cruzados vendo esta triste realidade do Hospital de Clínicas UFPR”.

Os residentes pedem duas salas cirúrgicas do centro ambulatorial do HC, com número mínimo de quatro cirurgias por período em cada sala e funcionários capacitados para o seu funcionamento pleno ou alternativa semelhante que garanta o número previamente prometido de 16 cirurgias ao dia.

Para concluir a carta, os residentes garantem que há pacientes com perda visual progressiva e irreversível visto a impossibilidade de tratamento cirúrgico. “A cada dia sem cirurgia, esses pacientes perdem um pouco mais da sua visão. São pacientes encaminhados de todas as partes de nosso Estado, e que, ao chegarem ao nível máximo de complexidade do Sistema Único de Saúde, não conseguem a cirurgia”.

A Banda B entrou em contato com a assessoria do HC que afirmou que o atendimento, caso os residentes paralisem as atividades, não será comprometido, uma vez que os médicos do hospital continuaram atendendo normalmente.