Após prestar depoimento na tarde de hoje no 23º DP de São Paulo, o zagueiro Danilo convocou uma entrevista coletiva para esclarecer a confusão gerada entre ele e Manoel no jogo de ontem, entre Atlético e Palmeiras. O jogador alviverde cuspiu na cara do atleticano e ainda o chamou de “macaco”. Por causa disso, Danilo será julgado tanto no STJD, quanto na justiça comum, por crima de injúria racial.

O camisa 23 do Verdão aproveitou a coletiva para, antes de mais nada, se desculpar com Manoel. “Estou aqui para responder tudo, mas, principalmente, para pedir desculpas ao Manoel, que é um profissional.Não se cospe na cara de um homem, e não gostaria que fosse comigo. Aquele jogador de ontem, as pessoas que acompanham o Palmeiras e convivem comigo no futebol, sabem que não é o Danilo. As pessoas me conhecem. Estou arrependido e peço desculpas a todos que me conhecem. Isso não vai mais acontecer”, disse Danilo.

O jogador ainda cutucou a diretoria do Atlético, seu ex-clube, de onde Danilo saiu de forma conturbada. “Meu ato foi errado, mas não sou bandido, marginal.Sou um pai de família e preciso ser tratado desta forma.Eles acharam um bode expiatório e eu caí de gaiato. Dei brecha. Estou aqui de cara limpa para assumir que errei. Vou para Curitiba e quero jogar para ajudar o Palmeiras. Vou ser xingado e isso é coisa do futebol. Não vai ser um jogo normal por tudo o que foi criado, e o Atlético é especialista nisso, em criar um clima hostil em decisões. E eu sei disso porque fiquei três anos lá.Mas esse foi um ato do Danilo e não vai acovardar o Palmeira”, explicou.

Confira abaixo outros trechos da entrevista de Danilo, selecionados pelo portal Globoesporte.com:

“Macaco do c**”
A palavra macaco foi errada da minha parte. Eu deveria ter caído (depois da cabeçada de Manoel). Mas não justifica o macaco. De repente poderia xingar a mãe dele, como ele xingou a minha. Macaco era impróprio no momento. Deveria ter sangue frio e pensar mais. Mas não aconteceu…

Lembrança do episódio entre Zago e Jeovânio, em 2006
O que aconteceu com o Antônio Carlos é problema dele. Ele tem de se defender. Vou falar por mim. O Manoel tinha dito que era coisa do jogo, tanto que no segundo tempo teve outros empurrões. O que guardo dele (Manoel) é que é um baita jogador, de futuro imenso. Ele foi mal assessorado pelo Atlético-PR porque conheço as pessoas lá. Não guardo mágoa do que falou porque tem razão. Eu o hostilizei, mas não vai acontecer. Vamos esperar que tenha futebol na quarta que vem.

‘Não sou branquinho. Não sou racista’
Fiquei surpreso (com a repercussão) porque sou jogador. Na delegacia, ouvi que eles tinham de prender bandido. (Macaco) Foi uma palavra e não uma ideia minha. Não sou branquinho. Na minha família mesmo, minha esposa é descendente de indígenas, e isso gera uma situação complicada. Não sou racista e polêmico, como estão falando.

Problemas no jogo na Arena da Baixada
É uma situação criada por mim e por dirigentes do Atlético-PR. Vou ser hostilizado, pois essa situação quem criou fui eu e não o Palmeiras. Vou pagar por isso.

Denúncia na Justiça Comum
Ainda está recente. Não parei para descansar, não consegui dormir. Vamos deixar as coisas rolarem para ter uma posição melhor.

Possibilidade de pegar um gancho pesado
É complicado porque acho que o Palmeiras tem chances de chegar na final. Não fizemos um jogo brilhante, mas de superação. Entramos com espírito que o torcedor queria. Vou pagar pelo meu erro, é natural tomar um gancho e vou respeitar.