O motorista Gabriel Rodrigues Freitas, que provocou um acidente ao dirigir uma BMW a 181 km/h, vai responder por homicídio. A informação foi divulgada pelo delegado Edgar Santana, da Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran), após a confirmação da morte de Ralph Winikes, de 36 anos, que dirigia o Honda Civic atingido pela BMW, e ficou um mês internado depois do acidente.
Gabriel foi preso preventivamente no dia 29 de agosto. Segundo o delegado responsável pela investigação, a prisão do suspeito foi determinada devido ao risco que sua liberdade representa.
Ralph, que era engenheiro, morreu no Hospital Evangélico Mackenzie, onde lutava para viver desde o dia 13 de agosto, quando houve o acidente. Nesta quarta-feira (11), não resistiu.
O inquérito sobre o acidente já foi finalizado. Mas o delegado explicou que, com a morte, vai atualizar.
“Concluímos o procedimento no final da semana passada. Diante das provas que foram produzidas, entendemos que o investigado assumiu o risco de causar o resultado, razão pela qual ele foi indiciado à época por tentativa de homicídio qualificado por motivo fútil e por impossibilidade de defesa da vítima. Na data de ontem, com o óbito da vítima, vai haver uma mudança do enquadramento legal, ou seja, ele deixa de responder por tentativa de homicídio, que tem uma redução de pena de 1 a 2 terços, e passará a responder por homicídio doloso consumado cuja pena pode chegar até 30 anos de prisão”
explicou Edgar Santana.
Quando foi ouvido, Gabriel disse aos policiais que o pedal do acelerador da BMW travou após uma falha mecânica. Segundo Edgar Santana, isso ainda está sendo apurado.
“Foi uma das alegações dele, que teria ocorrido uma espécie de travamento do pedal do acelerador, razão pela qual ele não conseguiu frear e evitar a colisão. No entanto, o veículo foi submetido ao exame pericial e estamos aguardando o laudo da criminalística para poder verificar essa situação”
disse o delegado.
A prisão do motorista ocorreu nove dias depois de ele se apresentar à Dedetran. O delegado reforçou que ele continua preso e isso também serve como resposta e alerta a todos.
“Infelizmente, nos últimos dias estamos tendo, não só no Paraná, mas em todo o Brasil, um alto número de pessoas com condutas imprudentes, na verdade, condutas irresponsáveis, sem qualquer compromisso com o trânsito, e nosso papel é agir de forma imediata, aplicando o rigor da lei para que esse tipo de situação não caia no manto da impunidade”
comentou o delegado Edgar Santana.
