Um vídeo que circula pelo WhatsApp mostra o momento em que manifestantes destroem o prédio do Fórum Cível de Curitiba, no Centro Cívico, na noite desta segunda-feira (1). O protesto anti-racista organizado pelo Facebook acabou em vandalismo e com a intervenção da Polícia Militar (PM), da Guarda Municipal (GM) e do Grupo de Operações Especiais da Guarda (GOE) que teriam utilizado bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha para dispersas a multidão. (assista abaixo)

 

 

A manifestação teve início às 18h, na Praça Santos Andrade, em frente à Universidade Federal do Paraná (UFPR), de forma pacífica. Após o ato, parte dos manifestantes seguiram em passeata até o Centro Cívico, onde um cenário de depredação foi deixado com agências bancárias e estações-tubo vandalizadas.

Bianca, uma das integrantes da manifestação, conta que se assustou com a confusão após ser atingida por uma bala de borracha. “Os policiais começaram a atirar balas de borracha e usar bombas de lacrimogênio. Uma bala pegou na minha perna e depois me deu um ataque de pânico”, contou à Banda B.

Um comerciante, de 60 anos, que teve o estabelecimento atacado pelos vândalos, lamenta o prejuízo. “Não temos nada a ver com a história e acabamos sendo prejudicados. Pessoal passou jogando pedra e quebrou os vidros. Já sofremos as consequências do fechamento do comércio e acabamos tendo essa surpresa desagradável ainda essa noite”, contou ele.

Em nota, a Prefeitura de Curitiba informou que houve registro de danos em algumas estações-tubo na região do Centro Cívico e pontos de mobiliário urbano na Praça Tiradentes, Nestor de Castro.

Anti-racista

Com o slogan “Vidas negras importam!”, a manifestação foi organizada pelo Facebook e a descrição da página do evento no Facebook explica que o protesto é “contra o genocídio da população negra”.

“Não somos todos iguais! Somos mortos todos os dias pela cor da nossa pele, por nossos traços, por sermos periféricos e favelados! Queremos equidade, queremos ser vistos ocupando todos os espaços que também são nossos e nos é tirado. Queremos estar VIVOS!”, escreveram os organizadores na página do evento.

Organizadores

Em nota, a organização do ato contra o racismo afirma que a manifestação foi feita de maneira ordeira e que o vandalismo foi de autoria de infiltrados que desejam a criminalização do movimento. Leia a nota na íntegra:

“A organização do ato CONTRA O RACISMO EM CURITIBA vem a público manifestar que, diferentemente do vinculado nas redes sociais e na imprensa, os manifestantes, além de utilizar proteção para evitar a propoagação da epidemia de COVID-19, comportaram-se de maneira ordeira, em defesa da democracia e contra o racismo!

O ato foi um sucesso. Reuniu muitas pessoas, teve uma atmosfera esperançosa por dias melhores.

Nossa luta é por igualdade, contra o racismo, a violência contra jovens negros nas periferias, a proliferação de grupos que propagam o ódio e o genocidio de brasileiros promovido pela falta de uma política clara de saúde durante esta pandemia.

Infelizmente, no final do ato, em uma dispersão de alguns poucos, houve vandalismo contra o patrimônio público. O que, ao nosso ver, é muito estranho e suspeito e representa a presença organizada de infiltrados que desejam a criminalização do movimento.

O uso de força excessiva por parte da polícia demonstra também a incapacidade de diálogo e a opção pela agressão.

Conclamamos a união de curitibanos de forma individual ou através dos movimentos sociais para a defesa da democracia contra o racismo.

Assinam esta nota

Movimento Feminista de Mulheres Negras, Bando Cultural Favelados da Rocinha FAVELA, União da Comunidade dos Estudantes e Profissionais Haitianos ( UCEPH), J23 – Juventude do Cidadania, Rede nenhuma Vida a Menos, Apoio do Grupo Dignidade e da Aliança Nacional LGBTI+ e Coletivo Enedina da UTFPR”

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Vídeo mostra momento em que manifestantes destroem fórum no Centro Cívico; assista

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