Da Polícia Civil

Dois empresários e um ex-funcionário da Copel foram presos nesta segunda-feira (5) suspeitos de envolvimento numa fraude milionária. O trio foi alvo da “Operação Curto Circuito” deflagrada pelo Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos (Nurce), unidade da Polícia Civil do Paraná. Além deles, cinco outros empresários foram conduzidos coercitivamente, quando são levados para prestar depoimento.

(Foto: Divulgação Polícia Civil)

Durante a ação policial, que aconteceu nas cidades de Cascavel, Laranjeiras do Sul e Pinhais, foram apreendidos documentos e aparelhos celulares. Ao todo foram cumpridos 10 mandados, sendo três de prisão temporária, cinco de condução coercitiva e dois de busca e apreensão.

A investigação, que levou um ano, começou após uma auditoria feita pela própria Copel, que identificou diversas irregularidades em contratos da estatal com várias empresas. A partir daí, a Copel comunicou a polícia e iniciou o processo interno que culminou com a demissão do funcionário.

A fraude investigada pelo Nurce tinha participação direta de Wellington Cesar Nunes, ex-funcionário da Copel. Era ele o fiscal dos contratos das empresas com a Copel. De acordo com a investigação, Nunes aumentava propositadamente os valores a serem pagos às empresas, por intermédio da falsa prestação de informações, fazendo com que elas recebessem um valor maior do que o realmente devido. O prejuízo contabilizado é de R$ 7 milhões. A Copel entrou com uma ação na justiça para reaver os recursos públicos desviados.

“Essas empresas eram contratantes, prestadoras de serviços para a Copel. São serviços complexos, de instalações de postes, por exemplo. Na análise da auditoria comprovou-se que o funcionário, m conluio com os empresários, dizia que foi feito a mais. Na quebra do sigilo bancário nós comprovamos transferências bancárias dessas empresas para o funcionário”, explicou o delegado-titular do Nurce, Renato Bastos Figueiroa.

Os detidos vão responder pelos crimes de associação criminosa, corrupção ativa e passiva. “Agora vamos tomar o depoimento das pessoas presas e conduzidas coercitivamente para prosseguir na investigação”, disse o delegado-adjunto do Nurce, Gustavo Mendes Marques de Brito.

Com apoio do Laboratório de Combate à Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil do Paraná, o Nurce constatou movimentação de recursos na conta bancária de Nunes totalmente incompatível com os vencimentos declarados. Relatório feito pelo laboratório revela que entre 2012 e 2016, o ex-funcionário da Copel recebeu, na conta bancária, vultosas transferências de valores repassadas pelas empresas envolvidas na fraude.

Nos anos de 2013 e 2014, os gastos de Nunes foram quatro vezes maiores que os rendimentos dele, segundo relatório do laboratório. Foi em 2014 o ápice do esquema criminoso, quando 63% dos recursos recebidos pelo ex-funcionário foram transferidos pelas empresas investigadas.

As investigações do Nurce prosseguem agora no intuito de apurar a participação de outras pessoas na fraude.

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Presos dois empresários e ex-funcionário da Copel envolvidos em fraude milionária

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