Por Felipe Ribeiro e Flávia Barros

Foto: SMCS

Ao longo das últimas semanas, médicos e enfermeiros do Siate (Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência) e do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), em Curitiba, têm enfrentado dificuldades para levar pacientes até hospitais da própria capital. Se por um lado faltam materiais básicos de substituição para o atendimento, como lençóis para macas, por outro os prontos-socorros tem enfrentado restrições para receber pessoas, fazendo com que vários pacientes sejam remanejados para outras cidades da região metropolitana. A situação mais grave e que impacta todo o sistema é a do Hospital Evangélico, que passa por uma grave crise financeira desde o ano passado e que nesta segunda-feira (8) está recebendo apenas casos de queimaduras, gravidez e lesões leves.

Em entrevista à Banda B nesta segunda-feira (8), o diretor do Sistema de Urgência e Emergência de Curitiba, Vinicius Augusto Filipak, admitiu que as dificuldades financeiras enfrentadas pelo Hospital Evangélico têm causado problemas e atrasos de atendimento em toda a rede da capital. Ele afirmou ainda que o serviço de regulação existe justamente para fazer com que os pacientes cheguem a um hospital em melhores condições possíveis, com o menor tempo possível. “O manejo de pacientes de urgência e emergência é sujeito a um fluxo eventualmente aumentado de pacientes e do fluxo de internações e alta dos hospitais. Eventualmente os hospitais podem ter a quantidade de pacientes um pouco acima do usual, o que causa a indisponibilidade imediata de leitos. No Evangélico, infelizmente temos conhecimento dessa crise financeira que é muito grande. A Secretaria Municipal de Saúde tem tentado ajudar da melhor maneira possível e é evidente que a restrição impacta toda a rede”, disse.

Com os problemas, são vários os pacientes remanejados para hospitais da região metropolitana. Denúncias que chegaram à Banda B apontam restrições constantes também no Cajuru e no Trabalhador. Nesta segunda-feira (8), por exemplo, o Cajuru chegou a ficar fechado para manutenção de um equipamento de tomografia.

Segundo Filipak, é impossível que a rede não enfrente problemas e cabe à regulação gerenciar o hospital que tenha condições menos comprometidas para o atendimento. “Todo hospital tem equipamentos que usualmente necessitam de manutenção e, em uma rede como a nossa, é impossível que não tenhamos problemas eventuais. A regulação maneja sabendo das dificuldades e, se alguém é levado para a região metropolitana, é feito em benefício ao paciente, para que não tenha que aguardar ainda mais tempo”, explicou.

Materiais

Um dos motivos apontados para a falta de materiais em ambulâncias é identificado pela falta de clareza do local de abastecimento. Por exemplo, se Curitiba possuí um local fixo de reposição, ambulâncias de outras cidades podem se abastecer desse material e vice-versa. Filipak lembra que a crise no sistema de saúde é nacional e carência de financiamento pode ocasionar vários tipos de problemas. “O Siate e o Samu são metropolitanos e se há um remanejamento de cidade, isso é feito. Se o outro município tem uma dificuldade em abastecimento, não podemos deixar de colaborar, mas cabe a cada município a reposição de materiais”, concluiu.

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Prefeitura admite problemas na rede de urgência e emergência, mas garante que ninguém está sem atendimento

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