O futebol do Coritiba é oficialmente da Treecorp. O clube anunciou nesta sexta-feira (20) que o processo de transferência de 90% do “capital total e votante da Coritiba Sociedade Anônima do Futebol” foi finalizado. Para isto, foram apresentadas garantias para o cumprimento de todas as condições exigidas pelo contrato. Resumidamente, o fundo de investimentos paulista garantiu o investimento de R$ 1,3 bilhão para os próximos dez anos, e com isso o negócio está totalmente fechado.

O acordo entre as partes foi assinado em maio, mas pela lei da SAF há um período de seis meses para a apresentação das garantias do investimento. Houve rumores nas redes sociais que seria uma espécie de “contrato de experiência”, tal como acontece com funcionários que têm a carteira de trabalho assinada. Mas, assim como não houve qualquer interesse de cancelar o negócio, o tempo foi usado justamente para que a Treecorp já acelerasse alguns processos definidos em contrato.

A redução da dívida do clube talvez seja o ponto mais visível deste primeiro momento. Em documento enviado à Justiça no dia 11 deste mês, a administração judicial do Coritiba aponta a quitação de 221 compromissos do clube. Portanto, hoje o Coxa tem 202 credores – e, destes, 158 já começaram a receber. Há inclusive uma possibilidade de aceleração do pagamento, mas ele depende da permanência (hoje de chances remotas) na Série A.

Detalhes do contrato

Coritiba e Treecorp finalizam um negócio que começou a ser tratado ainda no ano passado. Com o plano de recuperação aprovado pela Justiça, o Coxa partiu para a construção da SAF, e o fundo de investimentos paulista se interessou. Após a aprovação pelo Conselho Deliberativo e pela Assembleia Geral, o acordo foi assinado em maio e homologado no mês seguinte. A Coxa Participações, empresa criada pelas partes e sob controle da Treecorp, passou a administrar o clube. Esta sociedade tem sede em São Paulo.

Nas 498 páginas do contrato entre Coritiba e Treecorp (e mais 74 páginas de aditivos), são sete grandes grupos de compromissos das duas partes. Se a SAF receberá um aporte de R$ 1,3 bilhão em dez anos, o Coxa coloca à disposição seus ativos (jogadores e patrimônio) e alguns passivos (as dívidas que serão pagas pela nova dona do futebol alviverde). O acordo prevê que o uso e o usufruto do estádio Couto Pereira serão exclusivos da SAF. Já a propriedade intelectual não tem tempo de uso definido.

Os nomes do Coritiba

Por contrato, o Coritiba tinha direito à indicação de um integrante do Conselho de Administração da SAF e de um integrante do Conselho Fiscal. Na nota divulgada nesta sexta, foram anunciados os nomes. Para a gestão, fica Vílson Ribeiro de Andrade, ex-presidente por dois mandatos e que estava na diretoria da associação. Na área fiscal, fica Naim Akel Filho, de tradicional família coxa-branca e conselheiro do clube.

Sem assinatura, a nota termina com a promessa de uma “revolução no Coritiba”. “Através da SAF, com uma gestão contínua e acesso a recursos financeiros, o Coritiba estará preparado para se consolidar como uma das principais potências no cenário do futebol brasileiro e sul-americano ao longo dos próximos 10 anos. O Conselho Administrativo da Associação agradece aos milhares de sócios e milhões de torcedores pelo apoio nesta revolução, que está em marcha e apenas no começo. O clube está preparado, como nunca esteve em sua história recente, para enfrentar qualquer desafio e viabilizar grandes conquistas, à altura daquela que é o seu maior patrimônio: a sua torcida“.

Coritiba.
São mais de 500 páginas entre termos do contrato e aditivos de Coritiba e Treecorp. Foto: Divulgação/CFC

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Coritiba finaliza negociação da SAF e promete “revolução”

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