Alunos de escola pública pintam muro com rostos de mulheres e projeto pede ajuda financeira

 

Alunos do Ensino Médio da Escola Estadual Tiradentes, no Centro de Curitiba, que participam de uma atividade chamada “Novas Lentes, Novas Mentes”, precisam de ajuda financeira para conseguir colocar em prática o projeto que tem foco na educação em direitos humanos. Por meio do Instituto Aurora, eles participam da pintura de um painel urbano, onde o rosto de cinco mulheres reconhecidas pela luta por direitos no Brasil e no mundo serão estampados no muro da escola, que fica na região central de Curitiba, em frente ao Passeio Público. Para isso, o financiamento coletivo #AsFacesdoMuro espera arrecadar R$ 4,5 mil.

A atividade começou no ano passado com roda de conversas com os estudantes e profissionais mediadores do Instituto. A diretora-executiva, Michele Bravos, destaca a importância dos temas abordados em ambiente escolar. “Há encontros onde falamos sobre violência, violência contra a mulher, formas de ser homem nos dias de hoje, direito das pessoas com deficiências, sobre direitos de pessoas LGBTs, diferenças e desigualdades, respeito entre as diferenças para se construir uma sociedade livre de preconceitos”, explicou.

A pintura do muro, segundo ela, vai ao encontro das discussões em salas somadas ao poder de transformação que possuem. “Em tempo de desconexão, construção de muros para nos distanciar das pessoas, porque não transformar esse muro, no Centro da cidade, em um local que vá contar histórias de empatias, de mulheres que têm buscado a construção de uma sociedade mais justa”, acredita Michele.

O direcionamento e a criação da pintura é feita pelo artista Cleverson Pacheco, conhecido como Café, que integra a equipe do Instituto Aurora. “Achei o projeto super válido, principalmente pensando nessas questões envolvendo a mulher, que acontecem tanto ainda, como falta de direito igualitários. O bacana é notar que eles têm se interessado bastante, é um momento bem bacana. A ideia é fazer com que eles saiam dali, pensem naquilo tudo e adotem esses conceitos no dia a dia deles”, garantiu Pacheco.

A pintura do rosto da vereadora carioca Marielle Franco, assinada há um ano no Rio de Janeiro, foi o primeiro a dar vida ao painel, em 2018. Com a ajuda do crowdfunding, o Instituto Aurora e os alunos do Colégio Tiradentes, instruídos por artistas, vão completar a tela ao ar livre pintando o rosto de outras três mulheres importantes para a promoção de diálogos de paz: Atena Daemi (do Irã), Me Nam (do Vietnã) e Malala Yousafzai (do Paquistão).

A quinta face a compor a pintura será de uma mulher com atuação brasileira escolhida pelo público em uma votação online. A paranaense Zilda Arns, a ambientalista Dra. Dorothy Stang e a mulher que deu nome e voz à Lei Maria da Penha, são os nomes propostos pela campanha. A enquete está disponível em: bit.ly/enqueteasfacesdomuro.

“A proposta é eles intervirem nesse espaço, partindo da ideia de quem são essas mulheres. O que elas fizeram, qual é a luta delas e tentar, por meio dessas imagens, dizer quem elas são elas”, defendeu o artista.

Como ajudar?

Para cobrir os custos, o Instituto Aurora espera arrecadar R$ 4.500,00 por meio da campanha de financiamento coletivo online. Para doar, basta acessar o link (bit.ly/asfacesdomuro) até 26 de abril e escolher o valor desejado: a campanha aceita qualquer quantia em dinheiro. Os doadores concorrem a um kit com ecobag, cartaz A4 e adesivos personalizados do Instituto Aurora.

Instituto Aurora

Desde 2017, o Instituto, composto por profissionais de diversas áreas, contribui com ações e diálogos que objetivam a compreensão da humanidade comum, por meio de diálogos de paz. “Fazemos ações na sociedade com palestras, cursos, oficinas, intervenções artísticas para falarmos sobre direitos. Direito à vida, à educação de qualidade, à moradia, à ir e vir, ou seja, direitos humanos de forma geral”, explica. “Nosso grande objetivo é desmistificar esse termo, tão popularizado e cheio de distorção acerca dele. Queremos fazer com que as pessoas compreendam que Direitos Humanos é o direito de todas as pessoas, independente de quem sejam”, finalizou Michele Bravos, diretora-executiva.