A Polícia Civil quer encontrar o primeiro motorista suspeito de atropelar Edmundo Goralewski. O acidente aconteceu na madrugada de domingo (29), próximo ao cruzamento das ruas Ubaldino do Amaral e XV de Novembro, no bairro Alto da XV, em Curitiba. Para o delegado Edgar Santana, a equipe da Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran), o acidente se tornou ainda mais grave pela falta de empatia das pessoas.
Câmeras de segurança registraram que 47 veículos passam pelo idoso, de 90 anos. Segundo o já está com essas imagens, e busca identificar o primeiro veículo que atropelou Edmundo.
“Essas imagens estão contribuindo para a identificação do veículo. Estamos também diligenciando no sentido de localizar as testemunhas presenciais do fato. Esperamos que o condutor do veículo se apresente para prestar os devidos esclarecimentos, caso contrário a Polícia Civil adotará as providências pertinentes”.
disse Edgar Santana, delegado da Dedetran.
O delegado disse que ainda não é possível afirmar que o motorista tenha visto que o idoso estava no chão. Mas ao passar por ele, tinha que ter parado.
“Após passar por cima da vítima, a gente percebe uma certa aceleração do veículo. Esse fator provavelmente será esclarecido no momento que ele for prestar os esclarecimentos e também através do laudo pericial”.
Ainda conforme Edgar Santana, a Dedetran não tem a identificação do condutor do veículo e também não tem a informação da placa. Apesar disso, é questão de tempo.
“Estamos em contato com todas as testemunhas ali que foi possível identificar no momento, é importante ressaltar que temos a equipe de investigação que comparece ao local de acidente, todo acidente com óbito temos a equipe de policiais que comparecem no local e identificam as testemunhas presenciais do fato e também testemunhas que podem contribuir com a elucidação completa do fato […]. Primeiro para dar uma resposta para a família nesse momento de sofrimento e segundo para que não gera sensação de impunidade”.
“Não foi acidente”, diz delegado
Sobre a morte de Edmundo, o delegado disse que não foi um acidente. Ele ressaltou que, embora o primeiro veículo não tenha parado, os outros também deveriam ter parado.
“Na verdade não se tratou de um acidente, mas sim de uma tragédia anunciada. Uma verdadeira falta de empatia, respeito e solidariedade de todos que passaram aqui naquele local e visualizaram a vítima no chão. A morte desse senhor não foi causada somente pelo atropelamento e sim foi decorrente de um ato de atrocidade da humanidade”.
O delegado ressaltou que, além da questão criminal, as pessoas deveriam ter preocupação em ser empáticas.
“O que a gente espera de todo qualquer ser humano que visualize uma pessoa caída na rua e desacordada é que pare e preste todo o amparo e assistência devida”.
Aquelas pessoas que não estão envolvidas no acidente, mas visualizam a pessoa caída na rua, precisando de ajuda e não prestam a devida assistência, tendo condições de prestar essa assistência, respondem pelo crime de omissão de socorro, previsto no código penal. A pena pode chegar até seis meses de atenção.
Investigação
A equipe da Dedetran está apurando se Edmundo morreu antes ou depois do atropelamento. Isso depende do laudo pericial que foi feito.
A princípio, segundo o delegado, o motorista que atropelou Edmundo e não parou responderá por homicídio culposo.
“Inicialmente, o inquérito policial foi instaurado por homicídio culposo com causa de aumento pela omissão de socorro e também pelo fato de ter se afastado do local do acidente. O somatório das penas pode chegar até 6 anos de detenção e mais a suspensão da Carteira Nacional de Habilitação”.
Caso o motorista não se apresente, a equipe da Dedetran já analisa uma possível representação por medida cautelar.
“Tendo em vista que, caso não apareça, ele pode estar representando um risco à ordem pública e pode estar representando também um risco à futura aplicação da lei penal, que é o motivo autorizador para a decretação de prisão preventiva”.