Os corpos de Lucas Padilha e Daniel Santos, jogadores de futebol americano do clube Coritiba Crocodiles que morreram em um acidente de ônibus no RJ, são velados no estádio Couto Pereira, nesta segunda-feira (23), em Curitiba. A cerimônia é aberta ao público e está prevista para se encerrar às 10h.
Lucas, de 42 anos, e Daniel, de 44, são dois dos três atletas que morreram após o ônibus em que eles estavam tombar na descida da Serra das Araras, em Piraí, região sul do Rio de Janeiro. A terceira vítima — Lucas de Castro Rodrigues Barros, de 20 anos — está sendo velada em Goiás.
O ônibus tombou enquanto transportava 43 passageiros até uma partida contra o clube Flamengo Imperadores. Pelo menos 12 deles ficaram feridos. As causas do acidente ainda são desconhecidas.
Mãe de um dos jogadores que ficaram feridos no tombamento, Sônia Rauch afirmou à Banda B que o filho fez uma ligação para ela cerca de cinco minutos após o ocorrido. “É muito triste você estar vendo tudo isso, mesmo sabendo que ele [meu filho] está bem. A gente abraça ele feliz, mas, ao mesmo tempo, triste porque queria que esse abraço não fosse só nele, mas em todos”, lamentou.
“Cinco minutos depois que aconteceu o acidente, ele me ligou. Eu levei um susto, mas quando ele disse que estava bem, e vi por vídeochamada, fiquei mais tranquila. Ele dizia que não tinha informações sobre os colegas porque o ônibus estava tombado. Alguns tinham conseguido sair”, descreveu Sônia.
O filho, diz ela, estava quase dormindo quando percebeu que o ônibus estava em alta velocidade e todos os passageiros foram orientados a afivelar o cinto de segurança. Em poucos segundos, o ônibus “chacoalhou” e tombou. “Ele disse que sentiu o corpo voando”, finalizou Sônia.
Presidente do Coritiba Crocodiles, Adan Rodriguez lamentou o acidente e relembrou, em entrevista à Banda B, o que antecedeu o tombamento. De acordo com ele, o ônibus “não conseguia parar”.
“Nós estávamos na Serra das Araras, quase chegando no local do jogo contra o Flamengo, e percebemos que o ônibus estava em uma velocidade em que não conseguia parar. O motorista conseguiu desviar de dois carros e fez a manobra que deveria ser feita, que era tombar o ônibus para o lado do barranco. Do lado direito, tinha uma ribanceira, e à frente tinha uma outra curva forte com outra ribanceira gigante”, explicou Rodriguez.
“Foi um choque para todo mundo e só temos a agradecer por ter sido feito apenas isso. Poderia ter sido muito pior. Nós estávamos na frente do ônibus, mas não sei dizer se foi uma falha mecânica”, destacou o presidente do clube.
Ao relembrar dos dois atletas que morreram, Adan Rodriguez se referiu ao capitão do time — Daniel Santos — como uma pessoa “incrível”. Segundo ele, Lucas Padilha conseguiu realizar um sonho antes de morrer.
“O Daniel, capitão, era uma pessoa ímpar, incrível. Comentei há pouco com o diretor do Coritiba que o Daniel veio para o Crocodiles num tryout, que foi feito aqui no Couto Pereira. Ele era Coxa Branca doente. Infelizmente, deixou uma filha e a esposa. O Pinguim [Lucas] veio para o Crocodiles com o sonho de se tornar campeão brasileiro no Couto Pereira. Esse sonho foi realizado no nosso último título”, concluiu.