Vizinhos de Drielle Alice Teixeira Cezar da Cruz, de 27 anos, a ouviram gritando e pedindo por socorro antes de ela ser morta esfaqueada, em julho, em uma kitnet situada no Bairro Alto, em Curitiba (PR). O suspeito do crime foi preso preventivamente nesta segunda (9) e indiciado por feminicídio.
O homem que teria matado Drielle não teve a identidade revelada. No entanto, ele era namorado da mulher, segundo Polícia Civil. A vítima foi assassinada cerca de dois meses depois de se mudar do Belém (PA) para Curitiba a fim de conseguir emprego.
“Alguns vizinhos da Drielle chegaram a relatar que, em algumas ocasiões, ouviram ela pedir socorro e gritar para o suspeito parar porque senão ele ia acabar matando ela”, afirmou a delegada Magda Hofstaetter nesta terça (10).
A jovem foi encontrada morta seminua sobre uma cama e suja com sabão em pó. O homem confessou o crime e disse ter usado o sabão para “limpar o local”. Ele foi identificado por meio de impressões digitais deixadas na embalagem do sabão em pó.
Durante depoimento, o suspeito também alegou que Drielle “começou” com as agressões e, por isso, “se defendeu”. Além disso, afirmou ter se arrependido do crime e pensado em se entregar à polícia antes de ser localizado.
“De acordo com o laudo de necropsia, as múltiplas lesões que foram produzidas contra ela demonstram que na verdade ele a atacou com certo ódio. A forma como ela foi deixada nua em cima da cama e com aquele sabão em pó…”, acrescentou a delegada.
O suspeito possui antecedentes criminais em Santa Catarina.
O crime
Natural de Belém (PA), a mais de 3.200 km da capital paranaense, Drielle foi encontrada morta pela proprietária do imóvel que ela recém havia alugado. Segundo a Polícia Militar (PM), a mulher estranhou o “sumiço” da inquilina após ficar três dias sem notícias dela e foi até o endereço.
Após chamar por Drielle e ninguém atender, a proprietária da kitnet usou uma chave reserva para entrar na casa e se deparou com a jovem morta. Ela estava seminua, com marcas de violência, ensanguentada e suja de sabão em pó.
O sepultamento do corpo da jovem ocorreu em Belém. Irmão de Drielle, Darlan Conrado afirmou à Banda B que amigos e familiares criaram uma campanha para arrecadar o valor necessário para fazer o translado do corpo – cerca de R$ 14 mil.
De acordo com ele, a irmã era considerada uma pessoa “fechada” e se mudou para a capital do Paraná no dia 1º de maio a fim de conseguir um emprego. Ao chegar na cidade, ela morou em uma república e teria se mudado para a kitnet há pouco tempo.
“Não sabemos muito bem o que aconteceu com ela e ainda estamos aguardando informações da delegada. A Drielle era muito fechada e só soubemos que ela tinha ido embora do Pará depois de algum tempo porque o filho dela, que mora com minha mãe, ficou sabendo”, afirmou Darlan à Banda B.
Após o crime, o celular da mulher não foi localizado pela polícia.