A Polícia Militar de São Paulo instaurou um inquérito para investigar as circunstâncias da morte de um homem, atingido com tiros na cabeça, durante uma abordagem no bairro dos Pimentas, em Guarulhos.
O homicídio ocorrido no último dia 3 de agosto foi gravado pela câmera corporal do PM. Parte do vídeo passou a circular em grupos de mensagens organizado por policiais nesta quarta (25) e trouxe discussões sobre se esse é um caso de assassinato ou de legítima defesa.
Conforme nota enviada à reportagem, os policiais viram dois homens em um veículo furtado que, ao perceberem a viatura, tentaram fugir. Houve perseguição.
Um dos homens foi preso sem resistência, mas o outro lutou com um PM. Conforme a versão do policial, esse homem sacou um revólver e o agente atirou. “O homem foi socorrido ao Hospital Geral de Guarulhos, mas não resistiu aos ferimentos”, diz a nota.
O vídeo mostra o homem no chão, quando o PM manda que ele tire as mãos da região da cintura e as coloque para trás. O PM então avisa que vai atirar se a ordem não for seguida, e o homem começa a pedir socorro.
Em um determinado momento, há uma confusão e o homem aparenta sacar uma arma da cintura. O policial faz dois disparos na região da cabeça do suspeito.
O governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirma que uma pistola .40, do policial, e um revólver de calibre 38 foram apreendidos e encaminhados para a perícia. Segundo a polícia, a arma do homem tinha munições picotadas, indicando que ele tentou atirar, mas as munições falharam.
“O veículo furtado, além de documentos e cartões bancários produto de furto também foram apreendidos”, diz nota.
As imagens das câmeras corporais dos policiais, que registraram toda a ação, foram anexadas ao inquérito e compartilhadas com a Polícia Civil.
A reportagem apurou que a PM também vai investigar as circunstâncias do vazamento das imagens de uma câmera corporal da corporação.
A Ouvidoria da Polícia afirma que tomou conhecimento do fato e, ao analisar as imagens, há um possível erro procedimental, “que já vem se tornando fato comum na escalada da violência policial”. “A equipe teve a oportunidade de imobilizar a vítima com algemas e não o fez, disparando tiros na região entre o pescoço e a nuca”, diz nota do ouvidor Claudio Silva.
O órgão diz ainda que abriu procedimento para pedir providências à Corregedoria.