Começou na manhã desta quinta-feira (5) o terceiro dia do julgamento de Everto Vargas, réu acusado de matar com um tiro na cabeça a youtuber Isabelly Cristine Domingos dos Santos, de 14 anos, em Pontal do Paraná, no litoral do Estado.

O júri popular do réu acontece no Fórum de Ipanema. Desde terça-feira (3), sete das dez testemunhas arroladas pela defesa e pela assistência de acusação já foram interrogadas. Na quarta (4), a mãe da adolescente, Rosania dos Santos, foi ouvida pelo Ministério Público e pela assistência de acusação.

Julgamento de acusado de matar youtuber com tiro na cabeça em Pontal do Paraná entra no 3º dia
Julgamento de Everton Vargas aconteceu mais de seis anos depois da morte da adolescente – Foto: Antônio Nascimento/Banda B

O Conselho de Sentença foi formado por sete homens, que serão responsáveis por decidir se o réu é culpado ou inocente. Após apresentação de provas, depoimentos e argumentos por parte da acusação e da defesa, o conselho deverá se reunir para analisar o contexto e tomar a decisão.

A defesa de Everton Vargas disse que a expectativa é “demonstrar aos jurados que Everton agiu para defender a família, acreditando se tratar de um assalto após o motorista do carro em que a Isabelly estava fazer uma manobra intimidadora na rodovia.”

Julgamento de acusado de matar youtuber com tiro na cabeça em Pontal do Paraná entra no 3º dia
A youtuber Isabelly Cristine Domingos dos Santos, morta aos 14 anos com um tiro na cabeça, em fevereiro de 2018 – Foto: Reprodução/Facebook

A assistência de acusação disse esperar a condenação de Everton por homicídio. “Nós estamos tratando do caso de uma menina de 14 anos que morreu com um tiro na cabeça. Se isso não é homicídio, eu não sei mais o que isso pode ser”, disse Thaise Mattar Assad.

Everton responde por homicídio qualificado por motivo torpe, além de porte ilegal de arma de fogo. Ele deverá ser interrogado nesta quinta-feira (5).

O julgamento deverá se estender até a madrugada desta sexta-feira (6).

Acusação X defesa

O advogado Cláudio Dalledone Jr., que representa o réu, ameaçou abandonar o plenário do júri, na noite de terça-feira (3), após acusar a assistência de acusação de estar fazendo “micagens”. O episódio aconteceu durante o interrogatório da terceira testemunha — o filho do motorista do carro onde estava Isabelly. O advogado do réu afirmou que o promotor do caso estaria fazendo caretas e que uma das advogadas da acusação o teria chamado de “cruel”.

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O advogado Claudio Dalledone Jr., que defende o réu, em frente ao Fórum de Ipanema – Foto: Antônio Nascimento/Banda B

A assistência de acusação defende que uma das testemunhas — um policial militar — mentiu durante seu depoimento no segundo dia de júri. Um requerimento pedindo a apuração de um eventual crime foi feito pelos advogados da família à Corregedoria da Polícia Militar.

A advogada da família, Thaise Mattar Assad, ainda disse em entrevista à Banda B que o policial fez alegações diferentes daquelas que constam no boletim de ocorrência registrado no dia do ocorrido e em juízo.

Julgamento de acusado de matar youtuber com tiro na cabeça em Pontal do Paraná entra no 3º dia
A advogada Thaise Mattar Assad, que compõe a assistência de acusação – Foto: Antônio Nascimento/Banda B

“Está ficando muito claro aos jurados a tese da acusação. De fato, não há nada que explique a conduta do acusado Everton Vargas. Sobre a oitiva do PM, ele faltou com a verdade no julgamento. Isso ficou claro perante todos. Ele foi contrário ao que ele mesmo tinha registrado no boletim de ocorrência e também ao que ele também declarou em juízo perante o juiz. O mais grave é ele ter dito expressamente algo que a testemunha não falou a ele. Foi feito o requerimento porque a situação não pode ficar como foi posta aqui”, defendeu a advogada.

‘Sofro diariamente’

Everton Vargas pediu desculpas à mãe da adolescente após o fim do primeiro dia de julgamento.

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O advogado Claudio Dalledone Jr. ao lado do acusado de matar a adolescente, Everton Veiga – Foto: Antônio Nascimento/Banda B

“Não tem nem como dizer a dor que ela sente. Eu pediria para ela perdão. Eu sei que, por mais que seja difícil, devido à situação, uma ação gerou uma reação minha, ? Então, desde o primeiro momento eu assumi esse erro para mim, chamei isso e estou até hoje aqui. Paguei um monte, estou pagando e sofro diariamente com isso”

Everton Vargas, réu pela morte de Isabelly.

Segundo Thaise Mattar Assad, o acusado pediu perdão à mãe da adolescente somente no momento em que falou com a imprensa: “Ele nunca pediu perdão para ela… Nem ontem, durante o julgamento, em que ela olhou para ele, se direcionou e falou com ele.”