José Henrique Pereira Gomes, suspeito de matar a adolescente Moniely Santana Ribeiro, de 13 anos, em Fazenda Rio Grande, na região metropolitana de Curitiba, se apresentou em uma delegacia nesta sexta-feira (6) – 40 dias após o crime. O suspeito compareceu à delegacia acompanhado de um advogado e preferiu não conversar com a imprensa.
Durante entrevista, o advogado Caio Percival criticou as investigações em torno do crime e afirmou que ainda não teve acesso ao inquérito policial. “José Henrique, neste momento, está se apresentando e vai dar sua versão oficial, caso seja de interesse dele”, iniciou a defesa, que classificou a apresentação na delegacia como “um momento muito constrangedor”.
Percival destacou que o suspeito “sempre quis colaborar” com as investigações. “Temos um inquérito policial que corre por debaixo dos tapetes. A imprensa vem tendo acesso a elementos de informação antes do advogado”, acrescentou.
Três dias após o crime, a polícia afirmou que José Henrique poderia ter fugido para São Paulo. As esposa dele revelou, em depoimento, que o marido chegou em casa no dia seguinte ao crime e avisou que viajaria para São Paulo porque teria conseguido um emprego no estado vizinho. Questionado sobre o paradeiro de José Henrique desde o ocorrido, o advogado afirmou que ele “não estava foragido”.
“Não podemos dizer que o José Henrique estava foragido porque não tivemos acesso a esse inquérito policial, que corre em segredo de Justiça”, disse.
De acordo com a Polícia Civil, José Henrique Pereira Gomes, de 39 anos, ficará preso preventivamente. “A ordem judicial foi cumprida e ele encaminhado ao sistema penitenciário”, disse a corporação.
O crime
Moniely foi degolada por um “amigo” do próprio pai em um churrasco feito na casa dela no dia 28 de julho. Antes de o pai levar o suspeito para casa, ambos teriam consumido bebidas alcóolicas em uma distribuidora. Em seguida, eles foram vistos entrando em um supermercado para comprar itens para um churrasco.
O crime teria acontecido durante a madrugada, enquanto o pai de Moniely estava dormindo. Ela teria sido encontrada morta somente durante a manhã. O pai dela, porém, disse durante depoimento à polícia que não ouviu gritos da filha durante o crime.
“Eu não sei quem é ele. Ele só me mandou uma mensagem dizendo que queria falar comigo, mas eu não tenho nada a falar”, disse Silvio José Ribeiro, pai da vítima.
O delegado responsável pelo caso destacou que os vizinhos de Moniely e Silvio também não escutaram nada durante o crime. “A Moniely, pelo que estamos levantando, teve muito pouco contato com esse amigo do pai. Ela estava na casa, mas poucas vezes saiu para pegar uma carne ou alguma outra coisa”, disse o delegado.
Na oitiva, Silvio José Ribeiro confirmou à polícia ter conhecido o suspeito do crime horas antes do episódio.
“Eles começaram a conversar e, pelo relato do pai, ele [suspeito] seria uma pessoa de bom papo e conversava bem. Surgiu esse convite para poder confraternizar na residência”, disse o delegado, que destacou que a vítima e o pai tiveram uma discussão em casa, e o suspeito “tomou as dores” do pai.
Paulo Cesar disse que o fato de o pai ter convidado uma pessoa estranha para confraternizar em casa chamou a atenção da polícia: “Não enxergo isso como comum.”