Por Marina Sequinel e Flávia Barros

Presidente do sindicato reclamou das péssimas condições de trabalho da categoria. (Foto: Flávia Barros – Banda B)

O Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná, o Sindarspen, declarou que as autoridades foram alertadas sobre a possibilidade de uma fuga na Penitenciária Estadual de Piraquara (PEP 1) antes da confusão ocorrida na madrugada de domingo (15). Segundo a presidente da entidade, Petruska Sviercoski, um agente foi avisado sobre o plano dos detentos e passou a denúncia para a Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp).

“A informação até indicava a cela e o muro por onde aconteceria a fuga, mas se alguma atitude foi tomada, não foi eficaz. Além disso, eles também tiveram acesso à ameaça a um agente em Londrina, que acabou assassinato. Se o governo ouvisse as nossas reivindicações, tudo isso poderia ter sido evitado”, disse a presidente em entrevista à Banda B na tarde desta segunda-feira (16).

De acordo com ela, as péssimas condições de trabalho indicavam que, cedo ou tarde, os presos poderiam articular uma fuga em massa. “Hoje não há ressocialização. Os detidos são tratados como boiada presa no galpão, ficam amontoados, é óbvio que uma hora eles iam passar a se organizar e, em algum momento, a bomba ia explodir”, completou Petruska.

Para mudar a situação do sistema prisional no Paraná, o Sindarspen pede a contratação de mais agentes penitenciários e a melhora na infraestrutura das delegacias e penitenciárias. “Além de tudo isso, temos problemas de monitoramento, postos de serviços desocupados e falta de material. Por isso, nós realizamos uma plenária com os trabalhadores para indicar soluções. Nós estamos muito perto no caos, se é que já não chegamos nele. Não adianta ficar trocando de gestão sem ouvir os trabalhadores”, finalizou.

A Sesp informou que dois detentos foram mortos após a confusão na PEP 1, que aconteceu na madrugada de domingo (15). No total, 28 detidos conseguiram fugir.

Sobre o caso, a Banda B entrou em contato com a Secretaria, que enviou a seguinte nota:

O Departamento Penitenciário do Paraná desconhece e não sabe a procedência do bilhete que está circulando em redes sociais, supostamente relacionado a um comunicado de fuga no Complexo Penitenciário de Piraquara.

Os setores de inteligência trabalham, incessantemente, com uma quantidade imensa de informações, que são processadas e analisadas. Informes do setor de inteligência – sem precisão de datas, horários ou local – haviam sido recebido, ainda em 2016, dando conta de que poderia haver uma explosão em uma unidade prisional do Paraná para auxiliar em uma fuga em massa.

Todas as unidades penitenciárias estavam em alerta neste último fim de semana e, no caso da PEP 1, as muralhas foram reforçadas. Havia reforço da Polícia Militar, contingente que, junto com os agentes penitenciários e com o Serviço de Operações Especiais (SOE), foi suficiente para rechaçar a tentativa de uma fuga muito maior do que aquela que de fato ocorreu.

ORÇAMENTO – Em 2016, o orçamento inicial do Depen foi de R$ 590 milhões, sendo necessário solicitar ao Governo do Paraná uma suplementação orçamentária, chegando a R$ 690 milhões, valor inteiramente gasto.

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Agentes penitenciários alertaram governo sobre fuga na PEP 1 e nada foi feito, diz sindicato

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