O empresário Francisley Valdevino da Silva, conhecido como “Sheik dos Bitcoins”, foi preso pela Polícia Federal (PF), em Curitiba, na manhã desta quinta-feira (3). Ele é investigado por fraudes bilionárias envolvendo criptomoedas.

Sheik dos Bitcoins criptomoedas
Foto: Reprodução/Redes Sociais

Segundo a PF, além do mandado de prisão preventiva, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão. A ação é um desdobramento da Operação Poyais, que apura a prática de crimes contra a economia popular e o sistema financeiro nacional, de estelionato, de lavagem de capitais e de organização criminosa.

Investigação

A investigação apurou, após a deflagração da Operação Poyais, no último dia 6 de outubro, que Francisley, responsável pela organização criminosa suspeita da prática no Brasil e no exterior de fraudes com criptoativos, descumpriu medidas cautelares diversas da prisão impostas pela Justiça Federal. Dentre as restrições, o investigado não poderia continuar a administrar as empresas e tampouco praticar atos de gestão no interesse de seu grupo econômico.

A PF informa que a partir de diligências policiais, foi possível identificar que o investigado, dias após a deflagração da operação policial, passou a realizar encontros frequentes, em sua residência em Curitiba, com funcionários de suas empresas. Uma das empregadas é a gerente financeira do grupo, ao passo que outro empregado identificado é o responsável pelo designer gráfico das plataformas virtuais criadas pelo investigado para prática das fraudes.

Além do descumprimento das medidas cautelares, os quais eram suficientes para a expedição do decreto de prisão, a constatação dos encontros frequentes do investigado com empregado responsável pelo designer gráfico das plataformas virtuais demonstrou que a organização criminosa continuava ativa e promovendo atos criminosos.

Fraudes

Segundo a PF, o grupo criminoso, além de promover fraudes no Brasil e no exterior, confeccionava e comercializava plataformas e sistemas virtuais para terceiros interessados na prática de crimes semelhantes. Recentemente, no âmbito da Operação Bad Bots, também deflagrada pela Delegacia de Repressão à Corrupção e Crimes Financeiros da Superintendência Regional da Polícia Federal no Paraná, houve a condenação de duas pessoas responsáveis por crimes contra o sistema financeiro a partir de fraude envolvendo a comercialização de criptomoedas. Com o avanço das investigações, comprovou-se que o sistema virtual usado para tais fraudes foi criado e mantido pela organização criminosa ora investigada.

Além disso, os encontros do investigado com funcionário da área de criação de plataformas virtuais se destinavam a criação e manutenção de outros sistemas virtuais ativos, comercializados pela organização criminosa com terceiros, possivelmente usados para promoção de práticas criminosas semelhantes.

Vítimas do “Sheik dos Bitcoins”

Francisley fez diversas vítimas, segundo a PF. Entre elas, estão a filha de Xuxa, Sasha Meneghel e o marido João Figueiredo, que fizeram aportes que somam R$ 1,2 milhão.

Segundo o apurado, o “Sheik dos Bitcoins” alugava criptomoedas com a promessa de lucros mensais que poderiam alcançar até 20% do capital investido. Alegando vasta experiência no mercado de tecnologia e criptoativos, o investigado levava a erro os clientes informando possuir grande equipe de traders que realizariam operações de investimento com as criptomoedas alugadas e, assim, gerariam lucro para suportar o pagamento dos rendimentos.

A organização criminosa teria movimentado, no Brasil, cerca de R$ 4 bilhões pelo sistema bancário oficial.

O que diz a defesa

Por meio de nota, a defesa de Francisley informou que “a medida gerou espanto na defesa e em todos que acompanham o desenrolar jurídico do referido feito, uma vez que, desde a deflagração da Operação Poyais, o senhor Francisley cumpre, rigorosamente, todas as decisões exaradas em seu desfavor.

Por se tratar de procedimento sigiloso a defesa não obteve, por ora, acesso aos autos do processo carecendo de ciência precisa de todos os fatos realizados no procedimento da prisão. Contudo, após a devida habilitação (a qual já foi solicitada) qualquer manifestação sobre o ocorrido se dará nos autos do processo, que se encontra sob segredo de justiça por conter informações sigilosas
em que a intimidade do requerido está sendo exposta e analisada.

A defesa reitera que não houve, por parte do senhor Francisley, qualquer descumprimento de medidas cautelares ou qualquer outra decisão judicial, sendo que eventuais desacordos de informações existentes serão devidamente esclarecidos nos autos.

Por fim, informamos que todas as medidas judiciais necessárias e cabíveis estão sendo tomadas pelo corpo jurídico técnico responsável”, diz a nota.

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Criptomoedas: ‘Sheik dos Bitcoins’ é preso em operação da Polícia Federal em Curitiba

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