A Polícia Civil da Bahia encontrou na tarde desta sexta-feira (27) o corpo de uma mulher de 38 anos dentro de uma mala em um trecho do rio Jaguaribe, na ponte do Funil, em Itaparica, região metropolitana de Salvador (BA).
A auxiliar administrativa Helmarta Sousa Santos Luz, conhecida como Martinha, moradora de Valença, estava desaparecida desde terça-feira (24) e o ex-marido dela está preso temporariamente. Segundo a polícia, ele confessou o feminicídio.
Um grupo de moradores foi à porta da delegacia após a prisão e gritou por justiça. A morte de Martinha provocou comoção na cidade.
O corpo foi resgatado por policiais da 1ª Delegacia de Valença com a ajuda do Corpo de Bombeiros. O Departamento de Polícia Técnica foi chamado para realização de perícia, remoção e necropsia no corpo.
O suspeito de assassinato teria estrangulado a ex-mulher, com quem foi casado por 16 anos. Os dois tinham uma filha adolescente.
De acordo com as investigações, ele colocou o corpo no porta-malas do carro, dirigiu de Valença até a ponte do Funil, em Itaparica, e jogou o corpo a uma altura de 20 metros. O homem teria usado pesos de academia para a mala afundar.
Ao menos 10.655 mulheres foram vítimas de feminicídio no país de março de 2015 (quando a lei sobre o tema foi criada) a dezembro de 2023, segundo levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
O levantamento leva em conta apenas os casos que foram oficialmente registrados dessa forma pela polícia. Esse número, segundo a entidade, seria maior não fosse a subnotificação de casos nos primeiros anos de vigência da legislação.
A lei do feminicídio, sancionada em março de 2015, qualifica o crime quando ele é cometido contra a mulher por razões da condição de sexo feminino, quando envolve violência doméstica e familiar e menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
A Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 é um serviço de utilidade pública para o enfrentamento à violência contra as mulheres. A ligação é gratuita e o serviço funciona 24 horas por dia.
O 180 funciona para orientação sobre leis, direitos e serviços da rede de atendimento às mulheres; informações sobre localização de serviços; registro e encaminhamento de denúncias; e reclamações e elogios a atendimentos prestados.
Em casos de emergência, deve ser acionada a Polícia Militar, por meio do 190.