A criança de dois anos que caiu da sacada de um prédio do bairro Pinheirinho, em Curitiba, estava na companhia apenas dos irmãos, de 4 e 7 anos, no momento em que houve a queda. Pelo menos é o que afirmou a Polícia Civil na noite desta quinta-feira (3), horas após o incidente. A mãe e o padrasto se apresentaram à delegacia e, após pagamento de fiança, podem responder pelo crime de abandono de incapaz.

Conforme reportado pela Banda B na tarde desta quinta-feira, o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar foram chamados após receberem a informação de que uma menina havia caído do terceiro andar de um prédio. No entanto, durante entrevista nesta noite, o delegado Tito Barrichello, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), afirmou que a vítima teria caído do quarto andar.

Foto: Daniela Sevieri/Banda B

Segundo o coronel Hudson, comandante do 1º Comando Regional da Polícia Militar, o padrasto teria dito, em primeiro momento, que estava em casa junto da vítima e de outros dois irmãos dela, e que a mãe estaria trabalhando. Contudo, as primeiras investigações chegaram ao fato de que o padrasto não estava em casa quando ocorreu a queda.

“Pelo que foi conversado com a mãe e com o padrasto da criança, no mínimo houve abandono de incapaz. O padrasto não estava em casa e as crianças estavam sozinhas. Ele saiu para levar a esposa ao trabalho e permaneceu fora de casa durante cerca de uma hora”, explicou o delegado.

Anteriormente, os responsáveis pela criança disseram que a criança havia escalado o parapeito e caído. Porém, Tito questiona sobre como a menina, de dois anos, conseguiria escalar a estrutura: “A história é muito estranha. Como uma criança de dois anos consegue escalar esse local?  Acreditamos que é muito difícil isso ter acontecido”.

Investigação

A perícia e policiais da DHPP estiveram no local e deram os primeiros passos na investigação. Barrichello ainda destacou que, dependendo do desdobramento das investigações, há a possibilidade de eles responderem por homicídio qualificado, visto que assumiram os riscos ao deixarem as crianças sozinhas e sem supervisão.

Foto: Daniela Sevieri/Banda B

“Neste momento, há apenas indícios de que houve abandono de incapaz. Porém, temos que esperar as investigações”, reforçou.

Ainda, a autuação depende do quadro do quadro de saúde da criança futuramente. Segundo uma assistente social do Hospital do Trabalhador, ela não corre risco de morte e não teve lesões graves.

Prisão

O padrasto e a mãe da menina se apresentaram à DHPP na noite desta quinta-feira (3), horas depois do ocorrido. Na delegacia, o padrasto foi detido em flagrante. Após a arbitragem de fiança, deve responder em liberdade.

Porém, a situação pode mudar se surgir a constatação de que houve participação direta dos suspeitos ou dolo eventual.

O casal, de 21 e 24, não tinha passagens pela polícia até então.

Defesa

Responsável pela defesa do casal, o advogado Igor José Ogar negou a ausência do padrasto e deu outra versão para a dinâmica do incidente. “Todas as evidências dão conta de que o padrasto estava no condomínio no momento da queda, inclusive tinha visão para a criança. O pequeno coloca o umbigo e, ao se apoiar, cai ainda conversando com o padrasto, já que ambos possuem uma relação muito boa. O que nos interessa é o momento do acidente e, nele, estava com as crianças”, afirmou.

Segundo Ogar, o que ocorreu foi uma “fatalidade”.

Caso

A menina, de dois anos, caiu da sacada de um prédio, na tarde desta quinta-feira (3), localizado no bairro Pinheirinho, em Curitiba. Apesar da altura, ela estava consciente no momento em que o Corpo de Bombeiros chegou ao local.

O padrasto teria afirmado aos policiais que a menina havia escalado o parapeito do apartamento quando se desequilibrou e caiu.

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Polícia diz que criança estava sozinha com irmãos quando caiu de sacada

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