Um homem foi preso suspeito de estrangular o próprio filho em Bocaiúva do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), nesta quinta-feira (12). Ele teria se irritado com o choro da criança. O menino, de 10 meses, continua internado no hospital, onde há suspeita de morte cerebral, conforme a Polícia Civil.
O crime aconteceu depois que o menino passou mal e foi levado ao hospital. Na volta para a casa, a criança estava chorando e o pai não aceitou que a mãe a acalmasse.
“Foi para o hospital, voltou. Aí a criança começou a chorar. Provavelmente, como a minha irmã falou, ele estava querendo dormir, a criança dá uma reinadinha. Aí ela pediu pra ela acalmar [o bebê], ele não entregou a criança pra ela e continuou, até que ele se irritou tanto com o choro da criança que acabou estrangulando”
contou o tio do menino, que a reportagem optou por não identificar.
O menino foi levado para o Hospital Evangélico Mackenzie, em Curitiba. Segundo o delegado Mário Sérgio Bradock, a criança não resistiu. Mas a reportagem apurou que ele continua internado. É avaliada a morte cerebral.
“Ficou no Hospital Mackenzie até a data de ontem [quarta-feira], onde teve morte cerebral apontada pelos médicos e acabou falecendo. Provavelmente a família da vítima doou seus órgãos para transplante, o que é um gesto muito saudável, um gesto de muita nobreza por parte da família”
comentou o delegado Bradock.
Com base nisso, o homem foi preso. O delegado disse que cumpriu o mandado de prisão expedido pela comarca de Bocaiúva do Sul.
“O cidadão se encontra preso e vai ter que pagar pelo crime que cometeu. Não importa se ele surtou ou não surtou, pai é pai, não pode acontecer isso. Se não tem competência para ser pai, então não tenha filhos”.
desabafou o delegado.
Família quer Justiça
Revoltado, o tio do menino disse que ainda se lembrava da última vez que viu o sobrinho.
“Eu cheguei aqui e daí eu precisei conversar com a minha irmã, sabe? Perguntei do nenê, ela veio com ele. Ele no colo dela, grande, sabe? Felizinho, sorrindo. Daí eu mexi com ele, peguei ele no colo, ele sorriu pra mim. Dez meses. Eu não consigo entender. Não consigo e não consigo entender também como que uma pessoa tem coragem de defender um maldito desse”
lembrou o tio da criança.
O homem disse que a família já tinha conhecimento que o pai poderia ocasionar problemas, mas ele foi acolhido mesmo assim. E agora querem Justiça.
“Ele entrou como um filho, já tinha umas coisas que tinha acontecido com ele, mas ele veio pagando de inocente, a gente só sabe depois que as coisas acontecem. Eu quero justiça, a família está revoltada, isso não pode ficar impune, não pode. Esse cara tem que estar preso. Alegaram que ele tem problema mental, tá bom, mas um cara que fez isso com o próprio filho?”
concluiu o irmão da mãe do menino.