A mulher, de 27 anos, suspeita de matar uma assaltante, identificada como Michele Alves, com um golpe de mata-leão no Largo da Ordem, no Centro Histórico de Curitiba, prestou depoimento à Polícia Civil e alegou legítima defesa. O caso aconteceu na manhã da última sexta-feira (1º).

suspeita-assalto-morre-mata-leao-largo-da-ordem
Foto: Colaboração/Banda B

A autora do golpe levou 14 minutos para relatar à polícia os motivos que, segundo ela, a levaram a tirar a vida de Michele, conhecida por envolvimento com o tráfico de drogas. Durante o interrogatório, ela não demonstrou arrependimento. As informações são do repórter Tiago Silva, da RICtv.

“Matei. Nunca matei ninguém na minha vida, só rato”

afirmou a suspeita em depoimento.

Conforme apurado pelo repórter Tiago Silva, da RICtv, a mulher contou que saiu do trabalho na quinta-feira (31) e foi até uma casa noturna que já frequentava. Lá, consumiu bebida alcoólica e drogas.

Já nas primeiras horas da manhã de sexta-feira, ao deixar o local, disse ter sido abordada na rua por um grupo de assaltantes, entre eles, a vítima. A autora relatou que possui treinamento em artes marciais.

“Eu era mais forte que ela. Ela era menor, baixinha. Eu sou forte, já fiz muay thai”

declarou à polícia.

De acordo com a investigação, as duas caminharam cerca de 150 metros brigando pelas ruas do Largo da Ordem. Foi então que a suspeita imobilizou Michele com um golpe de mata-leão, que resultou na morte da mulher na calçada. Os comparsas da vítima fugiram do local.

“Eu soltei ela algumas vezes. Ela veio pra cima de mim de novo, e a gente brigou. Quando eu soltei de novo, vi que ela foi em cima das minhas coisas. Aí eu virei um bicho. Percebi que era eu ou ela”

disse.

No interrogatório, a autora do golpe entrou em contradição. Em um primeiro momento, disse que percebeu que Michele estava perdendo os sentidos, mas continuou a asfixiá-la. Depois, mudou a versão.

“Eu parei. Eu vi que ela morreu e soltei ela porque os caras estavam vindo. Tive que enfrentar eles também”

explicou a suspeita.

No entanto, o delegado responsável pelo flagrante a confrontou.

“No primeiro momento, você falou que sentiu ela perdendo os sentidos e continuou apertando com a perna. Você falou, está gravado”

disse o delegado.

Tornozeleira eletrônica

Após prestar depoimento, a jovem foi levada ao presídio, mas não permaneceu presa. A Justiça determinou o uso de tornozeleira eletrônica enquanto o processo está em andamento. Em todo momento, ela alegou ter agido para se defender.

“Eu estava em legítima defesa, estava me defendendo. Eu não tinha arma, não tinha faca na minha bolsa, não tinha intenção de fazer isso”

complementou a autora do golpe.

Depoimento antigo da vítima

A reportagem da RICtv também teve acesso a um depoimento anterior de Michele Alves, dado à polícia quando ela foi presa por suspeita de tráfico de drogas. Na ocasião, Michele admitiu ser usuária de crack e disse ter rejeitado tratamento.

“Tenho dois filhos, vivem com meu ex-marido. Uso droga, crack”

declarou.