Uma motorista de aplicativo, de 36 anos, teria sido agredida por duas taxistas, por volta das 9h da noite da última segunda-feira (13), no banheiro do Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba. A mulher ficou com vários machucados no corpo e, no momento, se recupera em casa.

Em entrevista à Banda B, a vítima, que preferiu não se identificar, explicou que é comum os motoristas de aplicativo estarem na região para conseguir corridas com facilidade. Em um certo momento da noite, ela teria saído do veículo para buscar água e ir ao banheiro. Quando chegou ao local, foi surpreendida pelas agressoras com socos pelas costas.

“Chegaram pelas costas e vieram dando socos. Eu perguntava quem era. E elas respondiam, sou taxista, sou taxista”, relatou.

Em seguida, a motorista passou mal e saiu para procurar ajuda. Ela explicou que o celular havia sumido e a única pessoa que prestou algum auxílio foi um outro motorista de aplicativo. Este motorista também presenciou as agressões.

“Eu tentei ir na Polícia Civil do aeroporto, não tinha ninguém. Eu pedi ajuda para a Infraero. Não chamaram o SAMU, não chamaram a Polícia”, reclamou ela.

 

O Aeroporto Internacional Afonso Pena, que atende a capital paranaense, foi considerado o 4º melhor do mundo, segundo dados da pesquisa realizada pela AirHelp Score, especialista mundial em direitos dos passageiros aéreos.
Foto: Divulgação

A motorista disse ainda que as agressoras alegaram que ela trabalha clandestinamente e por isto a teriam agredido. Também acrescentou que as taxistas têm outra versão sobre a briga e que continua recebendo ameaças. No entanto, a vítima nega a situação sobre a ilegalidade do trabalho.

“Elas falaram que eu sou clandestina. Mas, eu não sou por que eu tenho aplicativo. Eu mostro para vocês, eu provo. Eu tenho toda a minha certidão criminal aqui, por que eles estão me jogando como bandida. Eu nunca tive um processo aberto. Fiquei sabendo que elas abriram um Boletim de Ocorrência (BO) como se eu fosse a agressora, mas nas câmeras dá para ver que não. Continuo recebendo ameaças por que estão me seguindo”, revelou.

A motorista disse que já tomou as devidas providências ao fazer um B.O. na polícia. A vítima, por fim, lamentou ter que sair para trabalhar, passar por toda esta situação, olhar para a família e ainda explicar o que aconteceu.

“A coisa mais triste foi eu chegar em casa toda arrebentada e machucada. Naquele dia, minha filha olhou e perguntou: ‘mãe, o que aconteceu?’. Ela me viu e começou a chorar, tamanho o desespero. É triste. Eu sou mãe de família e ver o seu filho chorando por você ao te ver toda machucada é difícil. Fizeram muita covardia comigo. Me judiaram muito mesmo”, finalizou.

A reportagem da Banda B entrou em contato com a Polícia Civil, que contou ter sido feito um termo circunstanciado com as duas partes e que uma audiência deve ser realizada.

Infraero

Já a Infraero afirma sobre a ocorrência que a Polícia Militar e Guarda Municipal foram acionadas pela segurança operacional e patrimonial do aeroporto imediatamente. As partes envolvidas teriam sido ouvidas e foi realizado o registro da ocorrência. A nota diz ainda que as áreas públicas do aeroporto seriam de responsabilidade da segurança pública do Estado. Leia a nota na íntegra:

“Sobre a ocorrência entre as taxistas e motorista de aplicativo na última segunda-feira (13/4), a Polícia Militar e Guarda Municipal foram acionadas pela segurança operacional e patrimonial do aeroporto imediatamente. As partes envolvidas foram ouvidas pela Policia Militar e foi realizado o registro da ocorrência.

Vale ressaltar que a Constituição Federal (art. 144) e o Programa Nacional de Segurança da Aviação Civil contra Atos de Interferência Ilícita (PNAVSEC) – Decreto nº 7.168/2010 – estabelecem que o policiamento e a preservação da ordem nas áreas públicas dos aeroportos são de responsabilidade dos órgãos de Segurança Pública dos Estados e do Distrito Federal. Nas áreas restritas, por sua vez, a segurança é de competência da Polícia Federal.

É importante destacar que a Infraero mantém diálogo constante com esses órgãos no sentido de garantir a segurança das instalações do aeroporto. A empresa conta também com uma equipe de segurança contratada nos aeroportos para realizar a vigilância operacional e patrimonial, responsável por fazer rondas pela área do aeroporto. Caso seja observada alguma atitude suspeita ou ilícita no saguão ou em outras áreas, as autoridades policiais competentes são acionadas imediatamente. Cabe destacar ainda que o Afonso Pena conta com unidades das polícias Civil, Militar e Federal.”

O espaço da reportagem da Banda B segue aberto para as acusadas de agressão contra a motorista de aplicativo possam dar suas versões sobre o caso.

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Motorista de app afirma que foi agredida por taxistas: “elas falaram que sou clandestina”

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