Uma mulher, identificada como Adriana Rocha Narciszo, de 42 anos, morreu na madrugada do último domingo (5) após ser atropelada na Rua Rio Juruá, no bairro Iguaçu, em Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Outras três pessoas também foram atingidas.
O motorista responsável pelo acidente não prestou socorro e fugiu do local. Pouco depois, ele se apresentou à delegacia, prestou depoimento e foi liberado.

Imagens de câmeras de segurança mostram o momento do atropelamento. As vítimas estavam no canto da rua quando foram atingidas pelo veículo. O motorista ainda diminuiu a velocidade, parou por alguns segundos em frente a uma casa e foi embora.
A Polícia Civil iniciou as investigações e identificou o condutor, um jovem de aproximadamente 20 anos. Ele se apresentou acompanhado de um advogado, prestou depoimento e deixou a delegacia pela porta da frente.
Em entrevista à repórter Thais Travençoli, da Ric RECORD, a filha de Adriana, Ariadne Narciszo, desabafou sobre a dor da perda e a sensação de injustiça.
“Cadê a justiça desse país? O cara matou a minha mãe. Ele estava totalmente bêbado. Não é justo isso. A pessoa vai na delegacia, se apresenta e é solto. Ele matou e fugiu. As leis do nosso país são uma piada. Em uma briga de família, prendem alguém, mas quando alguém é morto, nada acontece”
disse Ariadne.
Adriana morreu no local. O marido da vítima, Ronaldo Kovalski, também foi atropelado, mas recebeu alta. Outras duas pessoas, conhecidas do casal, sofreram ferimentos leves.
Ronaldo contou que ele e a esposa estavam voltando para casa a pé após um churrasco com amigos. No caminho, passaram por uma distribuidora e viram o motorista bebendo. Segundo ele, o jovem é conhecido da família e mora no mesmo bairro.
“O rapaz que atropelou a gente é conhecido. Conhecemos ele e a família dele. Era rotina dele ficar naquela distribuidora. Nós passávamos lá sempre. Não sei como vou continuar, foram 20 anos com a Adriana, todos os dias juntos”
disse o marido, emocionado.

Ouvido e liberado
Durante o interrogatório, o motorista alegou estar em estado de choque e disse não se lembrar do acidente.
“No momento do seu interrogatório, ele afirmou que estava em estado de choque e não lembrava de nada. Ele estava acompanhado de advogado e tinha direito ao silêncio, previsto em lei, mas relatou isso”
disse o delegado Paulo Cesar, responsável pela investigação.
O delegado explicou que o motorista responde em liberdade devido à legislação de trânsito, que é considerada branda em casos específicos.
“Estamos trabalhando para que o processo seja iniciado e, caso comprovado, ele seja condenado e pague pelo que aconteceu”
afirmou o delegado.
Adriana, mãe de três filhos, trabalhava como encarregada de serviços gerais. Ela faria 43 anos na próxima sexta-feira e morava com o marido e o filho caçula.
“Eu estou mal, porque a última lembrança que tenho da minha mãe é dela naquele caixão. Ele acabou com a minha mãe. Não quero que façam mal a ele, mas quero justiça. Quero que ele vá preso”
complementou a filha da vítima.