A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira (31) pai e filho suspeitos de comandar a milícia de Rio das Pedras, na zona oeste do Rio de Janeiro.

Dalmir Pereira Barbosa e Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, 26, foram detidos na Barra da Tijuca (também na zona oeste), em uma ação da PF com o Ministério Público Federal.

Segundo a polícia, Taillon seria o alvo de traficantes que mataram por engano três médicos em um quiosque de praia na Barra da Tijuca, no dia 5 de outubro. Um quarto médico ficou ferido na ação criminosa. A suspeita é que o ortopedista Perseu Ribeiro Almeida, 33, tenha sido identificado incorretamente pelos assassinos como sendo o miliciano.

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Taillon de Alcântara Pereira Barbosa e o pai, Dalmir Pereira Barbosafoi, foram detidos pela PF; reportagem não conseguiu localizar suas defesas – Foto: Reprodução

Taillon foi condenado em julho do ano passado por organização criminosa. Ainda não há informações sobre o motivo da prisão realizada nesta terça -ele estava em liberdade condicional desde setembro. Dalmir é seu pai.

Um dos alvos foi preso na avenida Abelardo Bueno (na zona oeste), no momento em que saía de um prédio comercial acompanhado de três homens armados que faziam a sua segurança: dois policiais militares da ativa e um militar do Exército, também da ativa. Os três foram presos em flagrante.

A reportagem não conseguiu localizar a defesa dos suspeitos. Procurada, a Polícia Militar informou que não foi comunicada oficialmente pela Polícia Federal sobre as prisões dos agentes. O Exército não se manifestou.

Taillon já havia sido preso em dezembro de 2020, durante uma operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público do Rio. Ele e o pai Dalmir Barbosa são apontados pela Promotoria como integrantes da milícia de Rio das Pedras.

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Miliciano Taillon de Alcantara Pereira Barbos (à esquerda), seria o alvo e teria sido confundido com o médico Perseu Ribeiro Almeida, (à direita) assassinado nesta madrugada. – Foto: Reprodução/TV Globo

O grupo criminoso disputa o controle da região com uma facção que domina a Cidade de Deus, também na zona oeste, para onde os suspeitos de matarem os médicos teriam ido depois do crime.

Em decisão de julho de 2022, Taillon foi condenado a 8 anos e 4 meses de prisão. Ele deixou a cadeia, em março deste ano, para a prisão domiciliar. Seis meses depois, conseguiu liberdade condicional.

De acordo com o Ministério Público, Taillon seria responsável por controlar o transporte irregular de vans e mototáxi e a oferta de serviços de água, gás e TV a cabo em Rio das Pedras e em outras comunidades da região.

O grupo também é acusado de cobrar taxas de segurança de comerciantes e moradores, além de promover a invasão e grilagem de terras.