Juliete Pires Scrok, de 36 anos, sobreviveu a um ferimento grave que poderia tê-la deixado tetraplégica, após ser atingida por uma bala perdida durante um tiroteio em frente a uma distribuidora de bebidas em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba. O episódio aconteceu enquanto ela voltava da casa dos pais, no último sábado (18). Três dias após o episódio, a mulher recebeu alta hospitalar.

“A gente estava num programa de família, na verdade. Quando passamos em frente à distribuidora, só escutei o estouro no meu ouvido. Foi um estouro muito grande. Embaralhou toda minha vista, paralisou meus braços e só falei pro meu marido que eu tinha sido atingida”, afirmou a mulher ao repórter da Ric RECORD Kainan Lucas.
A vítima passava de carro em frente a uma distribuidora de bebidas, no bairro Guaraituba, quando foi atingida pela bala perdida. A filha dela sofreu ferimentos leves causados por estilhaços do vidro. O caso aconteceu logo após um homem invadir o estabelecimento e ir em direção a outro rapaz a fim de matá-lo. O alvo conseguiu fugir.
Após o disparo, que atingiu a nuca de Juliete, o marido dela parou o carro e correu em busca de ajuda. “Quando senti que tinha sido na cabeça… Foi um susto. Estou sendo um milagre de Deus e só tenho a agradecer. Toda honra e toda glória a ele. Só Deus… pelo milagre que ele me concedeu. Foi uma nova chance que Deus me deu”, completou ela.
A mulher chegou ao Hospital Angelina Caron, em Campina Grande do Sul, andando, lúcida e orientada, apesar da gravidade do ferimento, como mostrou a Banda B mais cedo. Segundo o neurocirurgião Felipe Salvagni Pereira, o projétil se alojou a apenas 4 mm da medula cervical, situação que geralmente provoca tetraplegia ou morte.

“O caso da Juliete é um desses casos inexplicáveis que aparece uma vez na vida na carreira de um cirurgião. Ela chegou andando, falando, lúcida e orientada, mobilizando os quatro membros, sem nenhum déficit neurológico. Por um milagre, o projétil bateu no osso, quebrou um pedacinho da vértebra e parou”, afirmou o neurocirurgião Felipe Salvagni Pereira.
Juliete passou por cirurgia que durou cerca de uma hora e meia. No pós-operatório, ela não apresentou dor significativa e, 24 horas depois, já se preparava para receber alta. Nesta terça-feira (21), ela deixou o hospital já está em casa.
A investigação sobre o tiroteio segue a cargo da Polícia Civil. Os suspeitos flagrados chegando a distribuidora sobre uma motocicleta ainda não foram identificados.