A investigação da Polícia Civil sobre os donos de um site que vendiam óleo de maconha como medicamento chegou a conclusão de que, na verdade, o que se vendia era droga. A informação, como alerta, foi divulgada na manhã desta terça-feira (30), após a operação deflagrada, que acabou com a prisão de um casal que era suspeito de fabricar o produto e revender para pais de crianças autistas.

A investigação começou após uma denúncia anônima feita ao Núcleo de Repressão Aos Crimes Contra a Saúde (Decrisa). A informação era de que o produto vendido como remédio, na verdade, não era um medicamento e não teria sequer autorização.
“Começamos a investigação, fizemos a compra de um destes supostos medicamentos para que fosse feita a análise efetiva, para verificarmos se tinha a cannabis ou se estavam enganando o consumidor. Para a nossa surpresa, tinha sim a cannabis”.
contou a delegada Aline Manzatto
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O susto, porém, veio quando a equipe da Polícia Civil foi informada pelo Instituto de Criminalística, que fez a análise do produto, de que aquilo na verdade era droga e não remédio.
“Pelo que foi verificado pela perícia do instituto de criminalística, é droga. A porcentagem é muito superior ao que deveria ser, se fosse efetivamente a questão do medicamento a cannabis medicinal. Algo totalmente sem registro, então totalmente fora das normas legais para a comercialização da cannabis medicinal. Infelizmente, a maioria dos relatos que a gente viu no site deles é de pais que estavam dando essa suposta medicação para crianças com autismo ou convulsões, entre outras coisas, estavam dando na verdade droga para as crianças”.
detalhou a delegada Aline Manzatto
Estrutura ilegal
Na fábrica, os policiais encontraram o material e certa estrutura, com vários materiais e equipamentos químicos para fazer a retirada do extrato e mistura-lo com o óleo vegetal. Segundo a delegada, o casal não tinha sequer estudo para produzir o suposto remédio.
“Eram pessoas com segundo grau completo, não tinham nem curso superior, e diziam ser de uma associação, mas não tinham nem uma autorização para mexer com esse tipo de produto. Atendiam cerca de 1200 famílias, conforme consta no site”.
disse a delegada Aline Manzatto
O “medicamento” era vendido por cerca de R$ 200 a bisnaga. A indicação maior para o uso do suposto remédio era para crianças com autismo, mas segundo a delegada, o produto oferecia alto risco às crianças.
“Ao invés de estar tratando essas crianças, estavam viciando essas crianças com droga. A gente tem quase certeza de que os pais acreditavam que estavam legalizados, que tinha controle das instituições responsáveis por essa fiscalização, mas infelizmente não tinha e eles estavam vendendo”.
comentou a delegada Aline Manzatto

Como a equipe da Decrisa comprou o produto, os policiais tiveram o cuidado de manter o frasco intacto para que pudessem, até mesmo, identificar os suspeitos de produzir e manusear o tal medicamento. Foi daí que veio a prisão do suspeito de produzir o produto.
“Contamos com a ajuda do Instituto de Identificação, foi verificado que a empresa era do suspeito que foi preso, havia digital dele no frasco que a gente adquiriu. Tínhamos plena certeza de que ele estava envolvido”.
contou a delegada Aline Manzatto
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Além do homem, também foi presa a esposa dele. Segundo a polícia, os dois vão responder por falsificação de medicação ou produtos destinados para fins terapêuticos.
“Cujo a pena é de 10 a 15 anos, devido a falsificação da medicação, que era envasada nos potinhos com o óleo. E também pelo tráfico de drogas, pois eles tinham em depósito mais de um quilo de maconha que iria ser processada, além da quantidade de maconha que estava sendo processada e estava no lixo depois de ser retirado o extrato”.
disse a delegada Aline Manzatto

Orientação aos pais
Como as famílias estavam comprando a droga acreditando ser medicamento, a delegada reforçou a importância de os pais se atentarem aos mínimos detalhes quando o produto envolver cannabis. Neste caso, o site sequer exigia receita médica, o que é um ponto a ser levado em consideração.
“A indicação pelo médico e quais as indústrias que têm essa autorização para vender, no próprio produto quando for comprar verificar, ligar na Anvisa e veja se tem responsável técnico. A principal orientação com o próprio médico que receitou é perguntar qual lugar onde você pode comprar que seja sério, pois se não você vai estar viciando seu filho”.
alertou a delegada Aline Manzatto
Em caso de dúvidas, Aline Manzatto também deixou à disposição o telefone da Decrisa, que é especializada em apurar crimes contra a saúde. O contato é o (41) 3883-7120.
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Medicamento vendido como óleo medicinal para autistas, na verdade era droga, diz polícia; casal foi preso
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