A mãe de Anne Leigh McKenzie, jovem sul-africana de 27 anos assassinada em uma cobertura no bairro Batel, em Curitiba, não sabia da morte da filha até esta terça-feira (22), dois dias após o corpo dela ser encontrado. A família, que vive na África do Sul, não havia sido informada oficialmente sobre o crime.
Anne foi encontrada morta, com dois tiros na cabeça, no dia 20. O companheiro dela, o estadunidense Ian Alexander Bruder Hay, de 30 anos, também tinha um ferimento provocado por arma de fogo na cabeça. Segundo a Polícia Civil, o caso é tratado como feminicídio seguido de suicídio.

Além disso, os corpos só foram localizados pela polícia após o sangue do casal escorrer pela parede e atingir o apartamento do andar de baixo. As manchas e goteiras de sangue foram percebidas por uma criança, de 9 anos, que chamou a mãe e relatou o ocorrido.
Procurada pela Banda B, a mãe de Anne, que vive em Pretória, capital administrativa da África do Sul, relatou que não tinha notícias da filha desde o último sábado (19) — um dia antes da morte dela.
A reportagem preferiu não informar os detalhes do ocorrido e encaminhou o contato da mãe às autoridades brasileiras. A Banda B também auxilia na comunicação entre a polícia paranaense e a família da jovem.
A mulher revelou que não conhecia Ian Alexander Bruder Hay pessoalmente, somente via redes sociais. Ela também informou que a filha chegou ao Brasil na última sexta-feira (18).

A identificação do casal
De acordo com a Polícia Científica do Paraná, o órgão ainda aguarda documentações para prosseguir com a identificação de Anne Leigh. A jovem deverá passar por exames de papiloscopia, arcada dentária ou DNA, conforme métodos primários definidos pela Interpol.
Em relação ao Ian Alexander, ele já foi identificado oficialmente pela Polícia Científica. Agora, o órgão aguarda uma procuração para liberar o corpo para um representante legal. Os pais dele chegarão ao Brasil nesta quarta (23). “De toda forma é do nosso interesse que o procedimento ocorra no menor tempo possível e estamos trabalhando para isso”, informou a polícia.
Ainda não se sabe se os corpos serão levados para os países de origem deles. A Banda B questionou o Ministério das Relações Exteriores sobre o apoio oferecido às famílias estrangeiras envolvidas no caso, os procedimentos necessários para a repatriação dos corpos e os prazos previstos para a conclusão desse processo. Até o fechamento desta reportagem, o órgão ainda não havia respondido. O espaço segue aberto.

As investigações
A Polícia Civil apurou que vizinhos escutaram disparos de arma de fogo no dia anterior à descoberta dos corpos. Os moradores do prédio, porém, teriam acreditado se tratar de fogos de artifício e decidiram não acionar as autoridades.
“Ficou bem caracterizada a situação de homicídio com posterior suicídio. A vítima levou dois tiros na cabeça e depois o homem se matou com um tiro na cabeça. Ele estava com uma pistola Glock 9 milímetros”, disse a delegada Aline Manzatto, responsável pelo caso.
“Chamou a atenção porque tinha muita munição na casa, alongadores de carregador e até um carregador em forma de caracol, que tinha capacidade para 50 munições. Também encontramos droga, substância análoga a cocaína”, acrescentou ela.
Ian estava no apartamento há pelo menos um mês, mas o contrato era para 60 dias. Ele havia alugado outro imóvel, que também vai ser analisado pela polícia. No local do crime, há indícios de que Ian e Anne tenham usado drogas.
