O juiz Ernâni Mendes Silva Filho, da Vara Criminal do Foro Regional de Campo Largo, aceitou a denúncia do Ministério Público do Paraná (MPPR) por duplo feminicídio contra o empresário Wilson de Jesus Farias, de 35 anos. Ele foi preso em Campo Largo, na última terça-feira (07), suspeito de ter matado Daniele Richalski Favaro, de 41 anos, e a filha dela, Emillyn Richalski Tracz, de 17 anos.
Segundo o promotor de Justiça, Eduardo Labruna Daiha, responsável pela denúncia, Farias era padrinho de Emillyn e compadra de Daniele. Ele teria matado mãe e filha na tentativa de mascarar um estupro contra a menor.
“Ele queria pegar o celular que seria a prova do crime sexual que ele tinha cometido contra a menina quando ela tinha 11 anos. Esse aparelho estava na casa delas, mas as duas se recusaram a dar para ele. Ele invadiu a casa e matou as duas com a ajuda de uma segundo pessoa que ainda não foi identificada”, explicou o promotor.
O empresário segue em prisão preventiva e será julgado no Tribunal do Júri pelo crime de duplo feminicídio com duas qualificadoras.
“Temos duas qualificadoras, porque o crime foi cometido visando assegurar impunidade de outro crime, o crime sexual que ele cometeu. E também a maneira como esse crime foi cometido, a gente entende que a vítima não pode se defender. Elas foram surpreendidas dentro de casa”, defendeu.
O crime
Mãe e filha foram assassinadas na sala de casa, no bairro Jardim das Acácias, em Campo Largo, na madrugada do dia 12 de janeiro deste ano. Elas foram mortas com diversos tiros de pistola 9mm e um revólver magnum 3.57.
A investigação da Polícia Civil aponta que a adolescente trocou mensagens com Farias afirmando que iria contar aos familiares sobre o estupro. Três dias antes do crime, a jovem que morava em Fazenda Rio Grande foi até a casa da mãe, em Campo Largo, onde revelou os abusos.
Na madrugada do dia 12 de janeiro, a polícia indica que Farias foi até a residência das vítimas acompanhado para buscar os celulares com as provas do estupro.
No dia 13 de fevereiro, um mês após o crime, policiais cumpriram busca e apreensão na residência de Farias. Na ocasião, foram apreendidas três armas de fogo, sendo um rifle calibre .22, uma pistola 9mm e um revólver magnum 3.57. Após confronto balístico, foi constatado que de uma das armas partiram os tiros que mataram mãe e filha.
O suspeito foi preso preventivamente no dia 7 de março, em Campo Largo.