A Justiça aceitou a denúncia do Ministério Público do Paraná (MPPR) contra dois seguranças que teriam agredido Adriano Marcelino Pereira, de 28 anos, dentro do Ginásio Polentão, em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba. Adriano morreu após ficar três dias intubado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital do Rocio. O caso aconteceu em novembro do ano passado durante o show da dupla sertaneja Bruno e Barreto.
Na denúncia, o MP afirma que a dupla imobilizou e agrediu fisicamente Adriano com diversos chutes, socos e cotoveladas assumindo o risco de resultado morte. Os seguranças teriam agido dessa forma por interpretarem que a vítima estava importunando uma frequentadora do evento.
Segundo testemunhas, ele teria apenas tentado falar com a ex-esposa.
Ainda de acordo com o MP na denúncia, Adriano foi levado “com o nível de consciência reduzido em razão das agressões na cabeça” até o fumódromo, onde as agressões teriam continuado.
Os seguranças do evento também teriam impedido de se aproximar pessoas próximas da vítima e uma enfermeira que se voluntariou para ajudar o ferido. Apenas uma hora depois, sem o devido atendimento, a vítima teria sido levada ao hospital.
O MP defende que houve crime praticado com utilização de meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima.
Acusação
O advogado que representa a família da vítima, Rodrigo Ramos, disse em entrevista à Banda B que a decisão da Justiça foi acertada.
“A família fica muito feliz com a notícia da denúncia corretamente oferecida. Infelizmente não vai trazer o Adriano de volta, mas pelo menos vai confortar um pouco o coração dos familiares e amigos. Vamos continuar na luta por ele”, disse o advogado.
Defesa
O advogado que defende os dois seguranças, Rodrigo Marques Cunha, também conversou com a Banda B e afirmou que a denúncia do MP está cheia de erros.
“Não procede a informação de que os seguranças impediram socorro, muito pelo contrário, eles prestaram toda a assistência necessária. Ao contrário também do que diz a denúncia, a tomografia computadorizada feita no dia dos fatos indicou que Adriano não teve nenhuma fratura. Há muitos erros nessa acusação infundada e ao final será provado totalmente a inocência dos seguranças”, defendeu o advogado.
Cunha disse ainda que Adriano bateu no rosto de um dos seguranças e que houve apenas uma reação em defesa.
“A própria denúncia reconheceu que os seguranças imobilizaram Adriano porque viram ele importunando uma mulher no local. Só depois foram descobrir que essa mulher era ex-namorada dele. Pelo o que foi colhido no inquérito policial, Adriano estava visivelmente violento, agredindo sua ex e os seguranças, além de ter se negado a deixar o local. Ele bateu no rosto de um dos seguranças tentando entrar novamente no ginásio e a reação em defesa do segurança acabou derrubando Adriano”, concluiu Cunha.
Agora, a dupla de seguranças é réu no caso.