Por Marina Sequinel

Uma jovem de 20 anos foi assediada dentro do ônibus Santa Bárbara, no Centro de Curitiba, na tarde da última quarta-feira (3). Ela se preparava para descer do coletivo na Praça Rui Barbosa quando um homem de aproximadamente 60 anos se aproximou e tentou passar as mãos nela.

Segundo a vítima, ele estava sentado em um dos assentos individuais e a ficou encarando durante o trajeto por pelo menos 25 minutos. “Ao chegar no ponto final, eu levantei para descer e ele fez o mesmo. Ficou bem atrás de mim, chegando cada vez mais perto. Desci um degrau antes que a porta abrisse. Olhei para trás e peguei ele tentando se esfregar em mim”, contou ela à Banda B nesta sexta-feira (5).

abuso1Imagem da campanha da Prefeitura de Curitiba. (Foto: Reprodução)

Na hora, ela reagiu e gritou “perdeu alguma coisa aqui?”. A jovem segurou a mão do homem e ele a soltou com força. A porta abriu e ela desceu. “Saí gritando, chorando, revoltada. Pela primeira vez tive a chance de reagir e tentei agredi-lo para me desvincilhar. Ele acelerou o passo e fugiu, enquanto me xingava com palavras de muito baixo nível. Uma hora ele disse ‘vai chamar a polícia, vai’ e eu fui”, completou.

Segundo ela, então veio o segundo problema: o atendimento policial. Ela foi até um posto na Boca Maldita e os policiais militares a orientaram a registrar um Boletim de Ocorrência na Delegacia da Mulher (DM). Como ela estava nervosa, foi com o pai em um outro Distrito Policial para fazer o B.O. Só no dia seguinte conseguiu ir até a DM.

“Eu fui mal atendida nos dois lugares. Quando cheguei na Delegacia da Mulher, só tinha homem lá e pareceu que nenhum deles se importou com o meu problema. Fizeram pouco caso e eu sabia que não ia adiantar nada. Eu não me senti nem um pouco segura ou protegida. Nada disso é justo. Nós, mulheres, não suportamos mais não termos o direto constitucional de caminhar com liberdade e tranquilidade em qualquer rua da cidade ou no transporte público”, declarou ela.

Sobre a reclamação, a Banda B entrou em contato com a Delegacia da Mulher, que informou que qualquer tipo de problema com o atendimento deve ser repassado diretamente para a Corregedoria. A instituição declarou que possui tanto investigadores homens quanto mulheres que estão preparados para lidar com as vítimas. De acordo com uma das delegadas do local, as portas estão abertas para que a jovem volte para conversar sobre o caso.

Orientações

A Campanha “Busão sem Abuso” da Prefeitura de Curitiba, lançada no final de novembro, tem como objetivo coibir abuso sexual dentro dos coletivos. Em caso de abuso, a mulher pode avisar o motorista ou cobrador, que deve ligar imediatamente para a Guarda Municipal, no número 153 ou para a Polícia Militar. Uma viatura vai interceptar o ônibus no trajeto ou no ponto e os agentes devem abordar o agressor.

Após identificado, o infrator é encaminhado à Delegacia da Mulher e a vítima e as testemunhas acompanham os policiais para registrar um B.O. detalhado.

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Jovem é assediada em ônibus e reclama de mal atendimento para registrar B.O. em Curitiba

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