A irmã da jovem morta em Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba, recebeu um áudio gravado no momento em que a vítima era morta dentro de casa. Evelyn Desirée dos Santos, de 26 anos, foi vítima de feminicídio na noite da última quinta-feira (28) – e não sexta-feira, como havia sido informado anteriormente – e o marido dela é o principal suspeito pelo crime.

Foto: Arquivo da família.
Uma vizinha da vítima registrou em áudio os gritos de Evelyn e enviou para a irmã da vítima.
“Tenho um áudio* que a vizinha gravou na hora que aconteceu tudo. Ela gravou a Evelyn gritando socorro”,
relatou Emelyn Thayane Mottin dos Santos para a reportagem da Banda B, na manhã desta segunda-feira (2).
Ouça o áudio
A polícia civil ainda não tem informações sobre o paradeiro do marido e principal suspeito do homicídio, Diego da Rocha, 34, e faz buscas desde que o caso foi registrado. Ele tem boletins de ocorrência registrados por violência doméstica, feitos por Evelyn. Diego também tem mandados de prisão em aberto e por estes crimes é considerado foragido.
O investigador do setor de homicídios da Delegacia de Campo Largo, Rodrigo Podegurski, informou que os vizinhos do casal estariam acostumados com as brigas e, por isso, ninguém teria se manifestado na hora da confusão.
“No outro dia, na parte da manhã, o marido pegou as duas filhas do casal e levou até seu pai, dizendo: eu fiz uma burrada”, disse Podegurski.
“O pai ajudou a fugir”
Segundo a irmã de Evelyn, Diego teria sido ajudado pelo pai na hora da fuga. Emelyn contou que foi ele quem informou sobre a morte da nora dele, por telefone, o que teria acontecido apenas no dia seguinte. O homem, no entanto, atribuiu a morte ao uso excessivo de drogas.
“Recebi uma ligação do pai dele, às 9 horas da manhã, falando que ela estava morta em casa, de overdose, e que estava chamando a polícia para ir ao local. Aí perguntei do filho dele e ele falou que ele tinha fugido”,
disse Emelyn.
Ao chegar ao local, a irmã da vítima percebeu que, na verdade, a jovem foi assassinada. “O IML viu que ela tinha sido estrangulada, que o pescoço estava quebrado, socos no rosto, maxilar quebrado, nariz quebrado e que a gente viu que não era nada que o pai dele tinha me passado”, revelou ela.

Foto: Arquivo.
Emelyn afirmou que já desconfiava que o caso não era de uso de drogas em excesso antes mesmo de chegar ao local do crime e acusou o pai do principal suspeito de encobrir a fuga do filho.
“Quando ele falou que foi overdose, a gente não acreditou muito e já imaginou que quem tinha matado ela era ele [Diego]. É muito revoltante, porque receber uma ligação que sua irmã foi morta de overdose sendo que o marido matou e o pai encobrindo. Ele ajudou a fugir, ficou com as crianças pra ele fugir e com certeza deu mais algum suporte pra ele fugir, se esconder, porque ela está morta desde quinta-feira à noite e ele só me avisou na sexta de manhã”, desabafa a irmã da jovem morta.
A família e os amigos de Evelyn se despediram da jovem na tarde de domingo (1), no Cemitério do Boqueirão, em Curitiba. “Ela era uma pessoa muito boa, um coração bom, só que ela se envolveu com ele e acabou acontecendo isso”, diz Emelyn.