Um funcionário público foi preso, junto com a esposa, na manhã desta terça-feira (12), por suspeita de produzir e vender medicamentos feito com “kratom”, substância proibida de uso e venda no país. Os mandados foram cumpridos em Curitiba e Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Eles importavam esse produto da Indonésia e misturavam com outros ingredientes para produzir o medicamentos com efeitos calmantes e estimulantes.

Foto: Reprodução/PCPR

 

Segundo a delegada Aline Manzatto, da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Saúde (DECRISA), o Kraton tem efeito similar ao ecstasy e morfina.

“No laboratório clandestino que tinha dentro de casa, ele e a esposa preparavam esse produto para venda, misturavam com vários outros produtos. Ofereciam como calmante, com uma determinada de mistura à esse ‘kratom’. Os outros efeitos prometidos era conforme o que ele misturava na ‘kratom’, desde analgésicos, café, entre outras substâncias que apreendemos”, explicou a delegada.

As investigações começaram há pelo menos 6 meses e o casal vendia os medicamento a cerca de 1 ano.

Segundo a delegada, alguns compradores utilizavam o produto em festas. “Também verificamos que alguns compradores utilizavam esse produto em alguns eventos específicos. Acreditamos que era vendido em festas, por ter o efeito semelhante ao ecstasy”, explicou.

O homem suspeito tem 28 anos e seria um fiscal da Prefeitura Municipal de Piraquara. Ele foi preso na residência da mãe dele, localizada no bairro Cristo Rei, na Capital. No carro do suspeito, foram encontrados produtos já embalados e prontos para envio a compradores, pelos Correios.

A mulher suspeita tem 25 anos e foi presa na residência do casal, onde havia um laboratório clandestino, com instalações insalubres e precárias. Dentro da casa, foram encontrados um liquidificador, balança de precisão, espátulas e utensílios de cozinha, onde a “kratom” era misturada a outras substâncias, depois encapsulada e embalada. Os produtos estariam sendo vendidos para vários locais do Brasil.

Os dois vão responder pelos crimes contra a saúde pública, crime de falsificação de produtos terapêuticos ou medicinais.”É um crime hediondo, inafiançável, com reclusão de 10 a 15 anos na cadeia. Trata-se de um crime até mais grave que o tráfico de drogas. Quanto ao funcionário público, haverá o procedimento administrativo cabível e na parte criminal, se for do entendimento judicial, pode ter uma demissão”, esclareceu a delegada.

Os nomes dos suspeitos não foram divulgados pela PCPR. Os dois seguem presos à disposição da Justiça.

‘Kratom’

A “kratom” é extraída de uma planta importada da Indonésia com efeito estimulante e psicoativo, que estaria sendo vendida como um “remédio”.

Os efeitos colaterais dessa substância podem levar à morte. Nos EUA, 90 pessoas morreram em 2017 devido ao uso de “kraton”. “Os efeitos colaterais são perigosos. Pode levar ao vício e até vir a óbito. Em outros países também é proibido. Ao comprar algo que não tem laboratório, farmacêutico ou médico responsável, esse não é um produto permitido”, completou.

Agentes da vigilância sanitária de Piraquara também participaram da ação. De acordo com Manzatto, o produto não tem registro.

“Em razão disso, ele se torna uma substância proibida e se transforma em crime contra a saúde pública. Além disso a procedência dele é ignorada, não tem data de fabricação, não tem componentes. Falta todo tipo de registro que uma substância, considerada medicamento, tem que ter para ser vendida no Brasil”, disse.

Assista ao vídeo divulgado pela PCPR:

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Funcionário público é preso suspeito de produzir e vender remédio com substância proibida no Brasil

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