A família da travesti Isabella Pedrozo, 22 anos, morta a tiros em Porto Alegre, no último domingo (23), participa do sepultamento na manhã de hoje (26) em meio a tristeza e revolta. A jovem foi assassinada dentro do Motel San Diego, na Avenida Eduardo Prado, bairro Ipanema, zona sul da cidade. Segundo a Polícia Civil, o crime tem envolvimento com o tráfico de drogas, mas que Isabella foi morta apenas por estar ao lado do alvo.

 

Isabella Pedrozo. Foto: Reprodução/Facebook

 

Os pais moram no bairro Pilarzinho, em Curitiba. O pai da garota, Mario Pedrozo, contou que a filha morava em Porto Alegre há poucos meses. “Ela estava lá há um tempo, morava com amigos, mas o endereço fixo dela era aqui, com a gente. Nessa hora a imprensa fala muito, mas o que quero mostrar é que ela tinha família, vai ter um enterro digno e tudo mais”, disse.

Ele ainda contou que viajou de carro por cerca de 20 horas até Porto Alegre para liberar o corpo da filha. “Não quis ir na delegacia, não quis nada. Fui lá, liberei o corpo e pronto. Quero dar um enterro digno a ela. Não tem nada de drogas, ela estava no lugar errado, na hora errada. Se envolveu com um cara que era avião e aconteceu isso”, lamentou o pai.

 

Isabella Pedrozo. Foto: Reprodução/Facebook

 

O velório da travesti acontece na manhã desta quarta-feira (26) no Cemitério Vaticano. Amigos e familiares farão as homenagens até as 11h30, onde então seguirão para sepultamento de Isabella.

Versão

A Polícia Civil de Porto Alegre garante que a Isabella foi morta sem culpa. “O fato tem completa relação com o rapaz, não com ela. Ela foi morta apenas porque estava com ele, sem culpa alguma com a motivação”, disse o delegado Rodrigo Pohlmann Garcia, da Delegado 4ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Segundo o delegado, Isabella era garota de programa e já tinha saído com o rapaz que estava com ela no motel algumas vezes. “Eles se conheciam há pouco tempo, mas já tinham saído juntos algumas vezes. Como ela era garota de programa, inclusive, ela auxiliava ele na aquisição de drogas. Ela meio que bancava o cara. Teriam ido nesse motel, estavam lá e, por volta das 23 horas, ele estava no telefone e ela estava dormindo, quando bateram na porta dizendo que era a polícia”, segundo o delegado.

Nesse momento, o rapaz conseguiu se esconder no banheiro. “É muito comum, eles dizem que são policiais para que as pessoas abram as portas. Esse rapaz que já tem passagem, é amigo de pessoas faccionadas de Porto Alegre. Ele ficou desconfiado, abriu a janela, uma das pessoas apontou a pistola e ele conseguiu correr para o banheiro. Pela janela mesmo eles efetuaram diversos tiros, como a Isabella estava dormindo, tentou levantar, pela dinâmico do corpo, mas não resistiu”, finalizou o delegado responsável pelo crime.

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Família de travesti assassinada dá último adeus em Curitiba; polícia diz por que ela foi morta

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