A compra de um detector de metais para uso na entrada do Colégio Estadual Vila Macedo, em Piraquara, na região metropolitana de Curitiba, tem gerado polêmica. De acordo com o diretor da instituição, Gilmar Cordeiro, que concedeu entrevista à Banda B nesta terça-feira (19), a compra foi feita com dinheiro do próprio bolso dele e teve como base o histórico de violência no local. O principal objetivo foi o de evitar a entrada de armas no local. Entre os pontos polêmicos, porém, está a intimidade dos adolescentes.

Reprodução Google Street View

Cordeiro explica que pagou R$ 400 pelo aparelho e está buscando apenas reforçar a segurança dentro da escola. “Infelizmente temos incidentes de alunos que trazem objetos que não são de cunho pedagógico e, muitas vezes, que provocam violência. Acredito que, independentemente de todo o investimento do governo, há necessidade de aprimorar e trazer o debate do detector de metais. A partir do momento que a escola coloca esse dispositivo, vamos inibir a vinda desse equipamento nocivo nas escolas”, disse.

Não há nenhuma lei que proíba o uso do detector de metais, mas a Secretaria de Estado da Educação e do Esporte (Seed) diz que não recomenda a utilização de equipamentos para detecção de metais, entendendo que a responsabilidade pela segurança do ambiente escolar compete à Polícia Militar e ao Batalhão da Patrulha Escolar Comunitária (BPEC), que possuem protocolos de segurança próprios e devida capacitação.

Críticas

Doutor em Pedagogia e graduado no Curso de Formação de Oficiais Policiais Militares, o professor da Universidade Positivo Luciano Blasius disse que a principal preocupação está na vulnerabilidade que o profissional vai sofrer. “Eu acredito que cada uma das instituições tem o seu papel, a escola uma e a polícia outra. O que me preocupa nessa questão é a vulnerabilidade que o profissional possa sofrer. Se temos a questão da violência, ela precisa ser debatida por vários órgãos, incluindo a polícia e o Ministério Público, para a gente ver o que pode ser feito nessa situação”, comenta.

Blasius cita a possível chegada de uma arma até o local e questiona o que poderia ser feito. “Vamos imaginar que uma arma seja levada para o colégio, o que o professor fará? Vai recolher? Mas ele não tem poder de polícia. E se o adolescente decidir revidar? Precisamos agir de uma maneira legal, que envolva todos os integrantes da segurança pública”, concluiu.

Seed

Em nota, a Seed disse que, no âmbito do Programa Escola Segura, pelo qual a escola em questão é contemplada, também não há previsão de uso de detector de metal.

“Em caso de qualquer suspeita ou diante de situação que represente insegurança, a escola deve seguir o protocolo estabelecido no Manual de Orientações Práticas de Segurança para as Instituições de Ensino, produzido em parceria com o BPEC, no qual constam os procedimentos e protocolos de atendimento de situações envolvendo indisciplina e atos infracionais. O manual pode ser encontrado aqui: www.educacao.pr.gov.br/arquivos/File/Manuais/manual_seguranca2017.pdf”,

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Diretor de escola estadual compra detector de metais para impedir entrada de armas

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