A defesa da travesti Thays Rocha Leite considerada foragida por matar o gerente Walter Luiz Mariano Machado afirmou à Banda B, nesta terça-feira (7), que vai entrar na Justiça contra o pedido de prisão feito pela Polícia Civil. Ontem, policiais estiveram no apartamento dela localizado no bairro Alto da XV, em Curitiba, para cumprir o mandado, mas não a encontraram no local.

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Foto: Reprodução

O advogado Elias Bueno, que representa a travesti, destacou que ela se apresentou voluntariamente na semana passada e que, diante do pedido de prisão, vai entrar com recursos para que ela responda ao processo em liberdade.

“Como o delegado não fez esse contato, nós a apresentamos voluntariamente na sexta-feira na delegacia para que ela pudesse esclarecer os fatos. Esses fatos foram esclarecidos. Mas agora com a prisão dela o escritório do doutor Nilton Ribeiro vai entrar com pedido de revogação de prisão, porque a gente acha que essa prisão é desnecessária e equivocada. Diante disso, nós vamos pedir que ela possa responder o processo em liberdade. É o primeiro passo. Nós vamos procurar o juiz de primeiro grau e não tendo êxito nós vamos até o Tribunal de Justiça do Estado do Paraná”, disse.

O advogado garantiu que a cliente deixou os contatos dela com o delegado responsável pelo caso e que jamais quis fugir da investigação.

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Reprodução Polícia Civil

“Quando saiu o mandado de prisão dela, naquele momento ela não estava foragida e não tinha o compromisso e nem a obrigação de estar no apartamento. Na quarta-feira, ela se comprometeu com o delegado, era só ligar para ela, que deixou telefone, deixou contato até de e-mail, para que a autoridade policial procurasse o escritório do doutor Nilton Ribeiro para que pudéssemos apresentar ela na delegacia”, ressaltou.

O caso

O gerente foi encontrado morto, com um corte no pescoço, dentro de um carro estacionado no cruzamento das ruas Engenheiros Rebouças e Lamenha Lins, no bairro Rebouças.

Na semana passada, Thays prestou depoimento na condição de testemunha. Na ocasião, ela confirmou que golpeou Walter com uma faca, mas que não teve a intenção de matá-lo, apenas se defender. O advogado Elias Bueno afirma que a travesti só acertou o homem, porque ele a agrediu.

“A versão dela sobre os fatos continua sendo a mesma. Na verdade, ela foi vítima das agressões. É mais uma dessas pessoas que trabalham na noite e sofrem essas agressões, xingamentos e por aí vai. Realmente ela foi vítima e ali foi uma fatalidade, porque ela nem imaginava que poderia ter acertado ele a ponto de causar a morte. Infelizmente é uma vida que se foi, a gente se sente triste com isso, mas em toda a situação ela nada mais é que uma vítima”, reforçou.