Com pelo menos cinco presos até agora, a Polícia Civil continua investigando o sequestro de um empresário de 58 anos, em Curitiba. Segundo o que já foi descoberto, uma funcionária do homem participou do crime e teria “contratado” um sobrinho para ajudá-la. Ambos estão entre os presos, inclusive o marido da mulher.
O empresário desapareceu na terça-feira (17), no Alto Boqueirão, e foi localizado na tarde de quarta-feira (18), em Monte Castelo, em Santa Catarina. Um dos autores do crime foi preso no local.
Ainda na noite de quarta, os policiais localizaram o carro da vítima queimado, no bairro Boqueirão. Outras quatro pessoas ao longo de quinta-feira (19).
Investigações
Segundo o delegado Thiago Teixeira, o grupo tentou transferir R$ 3,7 milhões da conta da vítima e planejavam levá-la para o Rio Grande do Sul.
A mulher presa, segundo a polícia, teria sido a pessoa que organizou todo o esquema para o sequestro. Ela era gerente comercial e trabalhava na mesma empresa da vítima, há três anos.
“No dia de ontem [quinta-feira], efetuamos a prisão em flagrante de mais quatro pessoas. Uma delas seria a funcionária da própria vítima. Nós identificamos que ela contratou o próprio sobrinho, que foi um dos presos, para organizar e executar esse crime. O sobrinho dela chamou mais três conhecidos e vieram para Curitiba, ficaram cerca de 14 dias, monitorando a rotina da vítima para poder cometer o crime”
comentou o delegado Thiago Teixeira.
Ainda conforme o delegado, a funcionária também alugou o veículo que foi utilizado na extorsão mediante sequestro e foi utilizado para transportar a vítima do cativeiro para Santa Catarina.
“Foi alugado pela própria funcionária, que deixou o veículo com o sobrinho dela. O marido dessa funcionária também foi abordado em Santa Catarina, que ele teve a função de resgatar esses três foragidos que estavam faltando prender. E foi ouvido também na delegacia de polícia. Os três, na sequência, também foram abordados pela Polícia Militar. Também foram conduzidos e presos em flagrante por extorsão mediante sequestro”
detalhou Thiago Teixeira.
As investigações continuam, isso porque a polícia ainda tem muito o que entender sobre a dinâmica do crime.
“Agora a gente vai seguir as investigações para tentar identificar a motivação do crime e se há outras pessoas envolvidas”
concluiu o delegado.
Advogado nega sequestro
A funcionária presa não sabia, mas estava sendo monitorada. Ela foi detida após deixar um hotel e procurar o escritório do advogado Igor José Ogar, no bairro Alto da XV.
À Banda B, o defensor negou que o caso se trate de um sequestro, mesmo com o deslocamento de Curitiba para Santa Catarina.
“Não existe sequestro, o que temos aqui é uma situação comercial entre empregador e funcionários. O que minha constituinte indica é uma cobrança, com elementos suficientes para comprovar a alegação. Inegavelmente houve uma violência, mas vamos explicar e trazer mais informações em momento oportuno”
disse Igor Ogar.
O advogado afirma que seis pessoas já estariam presas por envolvimento no crime, entre eles um policial militar. A Polícia Civil não confirma as informações e nega que um policial militar esteja entre os presos.