O carro do qual a empresária Rozélia Maria Martins Caldas saiu correndo antes de ser morta era equipado com rastreador há cerca de três meses. Antes do crime, a mulher foi localizada e seguida na BR-476, em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), até que parou o carro no acostamento.
Neste momento, ela estaria sob ameaça do ex-marido, José Dirceu Caldas. Rozélia teria se sentido obrigada a parar o carro, como mostram as imagens analisadas pela polícia, já por conta do comportamento conhecido do ex-marido.
“Estamos convictos de que foi uma chantagem que fez ela parar o veículo ali. O José Dirceu já exercia determinado poder sobre ela e ela sentia receio de algumas palavras que ele falava. E ele utilizou alguma forma de convencê-la a parar naquele local”,
afirma o delegado Eduardo Kruger, da Delegacia da Mulher de Araucária.
Segundo o delegado, o rastreador foi o que facilitou a ação. “Faz três meses que está com rastreador no veículo, provavelmente assim que terminou o casamento. Ela desconfiava, mas ele tinha falado para ela que tinha tirado.”
José Dirceu seria o mandante do crime, segundo Kruger. O filho dele e enteado da vítima, Jonatas Caldas, é apontado como o executor.
Prisões
Ambos foram presos dentro de um pensionato no bairro Tatuquara, em Curitiba, na tarde desta segunda-feira (16). Eles foram denunciados após serem reconhecidos em divulgações feitas por veículos de imprensa. Eles não resistiram à prisão e se mantiveram em silêncio na delegacia, revela Kruger.
“Os dois já estavam orientados por um advogado e optaram por exercer o direito ao silêncio. […] Os indivíduos já estavam aguardando no pensionato, pois havia a informação de que eles iriam se apresentar no dia de hoje”,
relata o delegado.
Os investigados estavam no pensionato desde domingo (15), uma semana após a data do crime, em 8 de janeiro. “Eles estavam sem nenhum local para ficar, já que todos os outros endereços já tinham sido visitados pela polícia.”
Rastreador e ameaças
A motivação para o crime, conforme apurado no inquérito, seria o fato de José Dirceu não aceitar o novo relacionamento de Rozélia. A namorada de Jonatas foi uma peça-chave para a elucidação do caso. Ela foi ouvida e relatou que estava no local do crime, junto com Jonatas, sob ameaça.
Inicialmente, segundo o delegado, era para José Dirceu ter participado do crime. “A gente tinha informação de que a ideia era os dois [pai e filho] participarem do crime, levando a vítima para São José dos Pinhais, contudo o José Dirceu não acompanhou Jonatas e a vítima conseguiu escapar. Foi onde o Jonatas foi atrás e efetuou os disparos”, relata.
Perícia
A arma usada no crime ainda não foi localizada. Os projéteis recolhidos pela polícia estão em análise no Instituto de Criminalística.