José Henrique Pereira Gomes, suspeito de matar a adolescente Moniely Santana Ribeiro, de 13 anos, em Fazenda Rio Grande, na região metropolitana de Curitiba, ficou em silêncio durante depoimento à polícia nesta sexta-feira (6) – 40 dias após o crime. O suspeito compareceu à delegacia acompanhado de um advogado e preferiu não conversar com a imprensa.
De acordo com o delegado Paulo Cesar, o suspeito deve ser indiciado por homicídio qualificado.
“Aguardamos a vinda de um único laudo que falta chegar ao nosso conhecimento pra gente conseguir concluir essa investigação. Provavelmente ele vai ser indiciado sim pelo crime de homicídio qualificado e também pelo furto do veículo que ele levou no dia dos fatos”, afirmou o delegado.
Gomes, de 39 anos, ficará preso preventivamente. “A ordem judicial foi cumprida e ele encaminhado ao sistema penitenciário”, disse a corporação.
O crime
Moniely foi degolada por um “amigo” do próprio pai em um churrasco feito na casa dela no dia 28 de julho. Antes de o pai levar o suspeito para casa, ambos teriam consumido bebidas alcóolicas em uma distribuidora. Em seguida, eles foram vistos entrando em um supermercado para comprar itens para um churrasco.
O crime teria acontecido durante a madrugada, enquanto o pai de Moniely estava dormindo. Ela teria sido encontrada morta somente durante a manhã. O pai dela, porém, disse durante depoimento à polícia que não ouviu gritos da filha durante o crime.
“Eu não sei quem é ele. Ele só me mandou uma mensagem dizendo que queria falar comigo, mas eu não tenho nada a falar”, disse Silvio José Ribeiro, pai da vítima.
O delegado responsável pelo caso destacou que os vizinhos de Moniely e Silvio também não escutaram nada durante o crime. “A Moniely, pelo que estamos levantando, teve muito pouco contato com esse amigo do pai. Ela estava na casa, mas poucas vezes saiu para pegar uma carne ou alguma outra coisa”, disse o delegado.
Na oitiva, Silvio José Ribeiro confirmou à polícia ter conhecido o suspeito do crime horas antes do episódio.
“Eles começaram a conversar e, pelo relato do pai, ele [suspeito] seria uma pessoa de bom papo e conversava bem. Surgiu esse convite para poder confraternizar na residência”, disse o delegado, que destacou que a vítima e o pai tiveram uma discussão em casa, e o suspeito “tomou as dores” do pai.
Paulo Cesar disse que o fato de o pai ter convidado uma pessoa estranha para confraternizar em casa chamou a atenção da polícia: “Não enxergo isso como comum.”